(Reyner Araújo/)
Cenário cotidiano de um vaivém intenso de pessoas e manifestações variadas, a Praça 7 será “palco”, nesta terça-feira (9), para a dança. O grupo Êxtase, de Viçosa, apresenta seu mais recente trabalho, o espetáculo de rua “For Sale”, com coreografia de Fernando Martins. Nele, oito bailarinos procuram, através do corpo, questionar a sociedade de consumo, em performances que acontecem às 10h e às 15h, no quarteirão fechado da rua Carijós – as concentrações começam meia hora antes, com saída do Cine Theatro Brasil.
A diretora do grupo, Patrícia Lima, considera importante esse diálogo com a rua, especialmente de um grande centro, como Belo Horizonte, para tratar de uma questão que é sensível à sociedade contemporânea. “É uma reflexão profunda dessa temática. Um estudo de onde essa sociedade está partindo e para onde vai chegar a massificação das necessidades. E como o ser humano, como indivíduo, está vendo e sentindo isso no dia a dia. O que é vontade e o que é imposto”, explica.
Não por outro motivo, a escolha da Praça 7 foi certeira. “Já estivemos antes em BH, para alguns espetáculos, mas esse é diferente. ‘For Sale’ foi construído especialmente para a rua. Buscamos a interação com o público e a Praça 7 é um centro comercial e de consumo. E a proposta é nos ‘vendermos’ com essa performance. Fazer com que, com essa coreografia, as pessoas nos ‘comprem’ e, assim, possamos captar sua atenção”, ressalta Patrícia, destacando que o Êxtase se profissionalizou há oito anos.
A diretora diz que o espetáculo foi uma construção, a partir de uma proposta de pesquisa do coreógrafo Fernando Martins, sobre a técnica denominada de “Brain diving”. “Teve muito laboratório, muita vivência de rua, do olhar do público. Apresentamos o conceito de ‘For Sale’ aos bailarinos para que pudessem pesquisar e encontrar os movimentos em seus corpos”, enfatiza Patrícia.
O espetáculo – premiado com o Funarte Klauss Vianna e o Cena Minas/2013 – ganha, depois de Belo Horizonte, as ruas do país. No final deste mês, segue para o Rio de Janeiro e, no início do ano que vem, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.