Grupo “Amigas da Agulha” lança exposição no PPD

Elemara Duarte - Hoje em Dia
16/01/2016 às 08:30.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:02
 (Amigas da Agulha/Divulgação)

(Amigas da Agulha/Divulgação)

É conto, é ponto, mas também, é pura poesia nos delicados trabalhos da exposição “Contos Bordados” das 12 integrantes do grupo “Amigas da Agulha. A mostra abre neste sábado (16), no PDD - Espaço de Arte, e tem imagens oníricas e lúdicas bordadas por cada uma delas em tecidos do tamanho aproximado ao de uma folha de papel A3 (cerca de 42 por 29 centímetros). A maior parte deles foi inspirada nos contos de Marina Colasanti.

O grupo começou com as arte-terapeutas Marie-Thérèse Pfyffer e Vaní Luiza Cipriano, juntamente com as alunas delas. “Eram alunas de ‘bordado livre’. Alguns pontos, inventamos”. Nos desenhos é possível identificar técnicas variadas da arte: aplicações, matizes, ponto cheio... Porém, tudo isso é usado ao sabor da criatividade das bordadeiras. E demora fazer, viu? “De 4 a 5 meses”, estima Vaní.

No final, as doze “telas” foram fotografadas para compor um calendário. O de 2016 foi lançado no final do ano passado e estará à venda no local da exposição. Esta é a quinta edição. As anteriores foram inspiradas em contos de fadas, disponíveis ao domínio público. Neste ano é a primeira vez que as artistas partiram para os contos de outros estilos.

De Ana Deister: “Agora que já tinha o caminho, todo dia descia para o bordado”. Trecho de “Além do Bastidor”

 
Da página ao pano
 
A sugestão para ler a autora veio de uma das bordadeiras, a professora de inglês Ana Deister. Ela fazia uma oficina de literatura e a professora dela tinha contato com Marina. “Ela (Marina) autorizou na mesma hora e foi muito acolhedora. Mandei o calendário de 2015”, diz.

Ana Deister leu e criou o trabalho dela a partir do conto “Além do Bastidor” (livro “Uma Ideia Toda Azul”, 1979). O texto traz uma menina que começa a bordar um jardim e descobre que pode descer pela linha e ir até este jardim para brincar. “Um dia, ela quer brincar com uma garça, então, borda a ave, e vai brincar com ela”. Ah, se realizar sonhos fosse tão simples...

Por sua vez, Vaní bordou o conto “Com Sua Voz de Mulher” (do livro “Longe Como Meu Querer”, 1992). Nele, Marina conta a história de um Deus que se vestiu de mulher e veio para a Terra ajudar as pessoas tristes. Mas tristeza é sentimento que passa longe do Amigas da Agulha. “A gente se reúne na casa de algumas de nós para bordar, conversar, lanchar, se divertir”.

Nos encontros, além de muito ‘ponto livre’, Vaní diz que tem: “Chá; biscoito que uma delas aprendeu a fazer com a avó. Se tem uma casa nova de bolo na Savassi, a gente vai lá e busca. E, de repente, outra anuncia que trouxe um maravilhoso queijo de uma vendinha na Barroca”. A alegria também é livre!

SERVIÇO
Abertura da exposição coletiva “Contos Bordados”, neste sábado (16), às 11h. Até 10 de fevereiro no PDD - Espaço de Arte (rua Fernandes Tourinho, 145, Savassi). Visitação de 2ª a 6ª, das 9 às 19h. Sábados, das 9 às 14h. Informações: panospontosesonhos.blogspot.com.br.

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