'Guia Politicamente Incorreto dos Presidentes' mostra o lado sombrio de quem comandou o Brasil

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
17/04/2016 às 16:56.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:59
 (Cristiano Machado/Hoje em Dia/28-4-1998)

(Cristiano Machado/Hoje em Dia/28-4-1998)

No momento em que o Brasil discute se Dilma Rousseff teria cometido algum delito que a levasse a um impeachment, as livrarias recebem o livro “Guia Politicamente Incorreto dos Presidentes da República” (Leya), de Paulo Schmidt, com informações para lá de constrangedoras de todas as pessoas que assumiram o cargo mais importante do país.

O tom pessimista e bem-humorado toma conta de toda a narrativa, como já acontece nos outros “guias politicamente incorretos”.

“A intenção é ser diferente dos livros tradicionais, contando fatos que não são transmitidos na escola. Estudávamos que o presidente decretou tal lei, mas pouco aprendemos sobre os mandatários, o que fizeram e quem eram”, afirma Paulo Schmidt, que também procurou falar sobre as primeiras-damas.

O que mais impressionou o escritor foi o imenso poder concentrado nas mãos dos presidentes, que puderam tomar decisões muito marcantes para o país sem uma grande fiscalização por parte dos outros poderes.

“Fiquei impressionado ao perceber como nossos presidentes se pareciam com imperadores romanos e podiam determinar o destino do país com uma canetada. A história é bem antidemocrática”, diz.

Psicopata?

Entre as principais surpresas do autor, está as descobertas sobre Arthur Bernardes, que governou o país de 1922 a 1926. “Esse homem tinha traços de psicopata. Foi um dos políticos mais detestados. Chegou a criar um campo de concentração no Amapá para onde mandava as pessoas que faziam oposição ao governo dele. Na boca pequena, chamavam esse lugar de Inferno Verde”, relata Schmidt.

Outra descoberta foi que Nilo Peçanha e Campos Sales eram mulatos e tinham de esconder suas origens por meio de retoques em fotografias e quadros.

“Os presidentes não são monarcas, embora se comportem como tal. São funcionários públicos”

Outra surpresa foi sobre Delfim Moreira, mineiro de Santa Rita do Sapucaí que foi presidente entre 1918 e 1919. “Tivemos um presidente clinicamente louco, sem condição de ser presidente”, conta.

“Existe uma anedota de que o Ruy Barbosa foi visitá-lo e o presidente ficava abrindo e fechando a porta, espiando o visitante. Então, Ruy teria dito: que estranho é o Brasil, onde até um louco pode ser presidente e eu não posso”, completa o autor, citando Barbosa, que foi candidato à presidência contra o militar Hermes da Fonseca, no início da República.

Schmidt agora está desenvolvendo um outro livro de microbiografias, dessa vez sobre grandes empreendedores do país.

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