História da avenida Amazonas é revisitada em exposição na Galeria do BDMG

Da Redação
almanaque@hojeemdia.com.br
06/02/2020 às 08:58.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:32
 (Felipe Chimicatti/Divulgação)

(Felipe Chimicatti/Divulgação)

Uma arqueologia do urbano, um registro do crescimento da cidade e do seu constante movimento. Assim se dá a narrativa escolhida pelo artista Felipe Chimicatti na série fotográfica inédita Avenida Amazonas, que será aberta à visitação a partir das 19h desta quinta-feira (6), na Galeria de Arte BDMG Cultural. A exposição fica aberta , diariamente, de 10h às 18h, inclusive aos sábados, domingos e feriados, até o dia 15 de março. Às quintas, horário é estendido, de 10h às 21h. O acesso é gratuito. 

Fotógrafo, cinegrafista, diagramador e artista visual em Belo Horizonte, Chimicatti faz parte dos selecionados para o ciclo 2019/2020 do Mostras BDMG, que faz um recorte das questões do mundo atual, o que fica evidente na exposição.

Inaugurada em 1941, com cobertura do fotógrafo Wilson Baptista, a avenida Amazonas foi pensada como ligação entre a zona planejada de Belo Horizonte e a Cidade Industrial, em Contagem. 

Com tal envergadura, já se esperava o eixo de crescimento que viria a atrair, como o conjunto residencial JK, os campi do CEFET-MG, as instalações do Expominas e ainda o 5º Batalhão da Polícia Militar.

Mas o olhar do artista foi muito além dessas inflexões espaciais. “Sempre morei perto da avenida, que simboliza, para mim, umas das principais vias de BH. É o contato do centro com a região industrial”, conta o artista, que iniciou a série em janeiro de 2019. 

Os registros trazem pessoas que estão de passagem ou entretidas em sua travessia e compromissos, chegando até a solidão de perfis que posam ao final da faixa de um painel luminoso. “São como corpos inertes em esculturas fotográficas”, completa Junia Mortimer, que assina o texto curatorial da exposição.

De acordo com Felipe, ao começar o projeto, ele percebeu que a avenida Amazonas não possui muitas correspondências visuais. “No Arquivo Público encontrei algo dos anos 60, 70, 80, e a maior parte da região central. Quando chegamos ao eixo de expansão, na Contorno, o material fica escasso”, revela o fotógrafo, que percebe um culto ao pavimento, terno e gravata nestes registros.

Resignificando esse olhar sobre uma das principais avenidas de Belo Horizonte, essa documentação mais conceitual da via é uma forma de lançá-la para gerações futuras, mostrando uma cidade em constante movimento. 

“Um orelhão pode parecer pitoresco, celulares, veículos, mas esses elementos que indicam temporalidade poderão ser vistos daqui a anos, marcando uma época”, afirma Chimicatti.

Serviço: 

A mostra, que traz imagens produzidas em suporte analógico, será aberta nesta quinta-feira (6), às 19h, na Galeria de Arte BDMG Cultural – rua Bernardo Guimarães, 1.600, Lourdes, onde fica até 15 de março. A entrada é franca
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por