História da sétima arte, dos irmãos Lumière ao século 21

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
08/06/2018 às 18:51.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:30
 (CAROLINA BRESSANE/DIVULGAÇÃO)

(CAROLINA BRESSANE/DIVULGAÇÃO)

 Para Celso Sabadin, é como promover uma festa já sabendo, de antemão, que muita gente interessante ficará de fora. Quando foi convidado pela editora Valentina para percorrer mais de 120 anos de imagens em movimento para a coleção “História Para Quem tem Pressa”, o crítico de cinema se viu diante de um desafio e tanto à capacidade de concisão. “Meu critério foi privilegiar o processo histórico, ou seja, tentar explicar como e porquê as coisas aconteceram no universo do cinema da maneira que aconteceram. Principalmente em relação às grandes escolas e movimentos estéticos do Cinema. Tudo tem motivo para acontecer, tudo está contextualizado”, registra Sabadin. Embora aborde os trabalhos mais importantes de cada movimento, o autor não se preocupou em produzir uma obra conteudista, despejando centenas de títulos, nomes e datas. “A ideia foi criar uma leitura que pudesse ser acompanhada, com prazer, por qualquer pessoa que se interesse pela história do século XX, e deste início de XXI, tendo ela conhecimento prévio de cinema ou não”. O acento está nas primeiras cinco décadas, por um motivo muito simples: apesar de disponível em livros e filmes, esta parte da história ainda é pouco conhecida. “Há um desconhecimento muito grande da era do filme mudo, por exemplo, porque é um tipo de cinema que as pessoas em geral tendem a desconhecer, a acreditar que tudo se resumia a Charles Chaplin, o que está longe de ser verdade”, salienta. O desenvolvimento do cinema nos Estados Unidos, com a criação dos estúdios, é um tema que fascina Sabadin, que já dedicou um livro quase inteiro ao período (“Ainda Não Ouviram Nada – A Barulhenta História do Cinema Mundo”, de 2000), e mais uma vez ele lhe rende boas páginas. “Me detive um tempo razoável sobre o sistema de estúdios porque eles dominaram o cinema mundial durante décadas, influenciando hábitos, culturas e comportamentos não só nos EUA como em todo o mundo. Foi uma das maiores influências culturais – se não a maior – de todo o século XX. Sem falar nas histórias humanas inacreditáveis!”, observa. Além de enveredar por movimentos e tendências do cinema, Sabadin reserva um capítulo para países que contribuíram para o desenvolvimento do cinema, fazendo um rápido histórico. “Utilizei basicamente dois critérios, sendo um quantitativo e outro qualitativo”, explica. No quantitativo, ele destaca Índia, Nigéria e China, “que surpreendem pela força produtiva de suas indústrias, o que não necessariamente representa qualidade cinematográfica”. E, no qualitativo, Sabadin procurou se ater a países cujos filmes mais influenciaram a cinematografia internacional, ou a países que conseguiram - ainda que por breves momentos - produzir um cinema criativo e diferente da maioria. Conhecer o passado, frisa, ajuda a evitar cair em novos erros. Mas a história vem sendo cada vez mais deixada de lado em favor de um sistema consumista que se especializou em levar “a sociedade se desvencilhar do antigo para consumir o novo em intervalos cada vez menores”. Para ele, se sua obra fizer uma “cócegazinha” nesta realidade, já terá alcançado seu objetivo.EDITORA VALENTINA/DIVULGAÇÃO / N/A

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