História dos arigós levada ao palco

Paulo Henrique Silva
30/10/2019 às 18:18.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:28
 (marcio honorato/divulgação)

(marcio honorato/divulgação)

Quando se fala em arigó, provavelmente a primeira coisa que vem à mente de muitos é o nome do médium mineiro (Zé Arigó), que aliás será tema de filme brevemente. No entanto, a história dos também chamados arigós – os “soldados da borracha” na Rondônia da década de 1940, até hoje permanece desconhecida dos brasileiros.  Uma das razões para Ezequiel Vasconcelos montar “Arigó”, peça que estreia fim de semana na Sala João Ceschiatti, é justamente fazer esse acerto histórico. Ele lembra que um acordo do governo de Getúlio Vargas com o dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra, aumentou a produção de borracha para servir à indústria bélica dos Aliados. marcio honorato/divulgação / N/A

Peça registra envio de 60 mil homens à Rondônia, nos anos 40, para produzir borracha“Ninguém ouviu falar disso, apesar de terem sido enviados 60 mil soldados, que passaram por alistamento no Exército e o mesmo tipo de treinamento que os pracinhas enviados à Itália”, registra Vasconcelos, que só teve acesso à história após sair de Iguatama, na região Oeste de Minas Gerais, para seguir com os pais para o estado do Norte, em 1990. “Minha história é um pouco parecida com a dos arigós. Também saí da minha terra em busca de fartura e de uma terra em que se podia jogar um caroço de manga que nascia um pé da fruta”, destaca Vasconcelos, autor da peça e único ator no palco, na pele de um personagem fictício que mistura a história de 80 anos atrás e a vivência pessoal do idealizador. Contação de históriaDepois que a família voltou de Rondônia, instalou-se em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde Vasconcelos foi catador de latinhas. Mais tarde, participou de projetos sociais de contação de história.Hoje morando no Rio de Janeiro e trabalhando como ator, resolveu que era hora de partir para projetos pessoais. “Após estudar e participar de algumas peças, voltei-me para dentro dos livros e da pesquisa para saber o que fazer. Resolvi resgatar a minha experiência com projetos sociais em Minas Gerais. Fui mexendo nas minhas caixinhas e entre elas surgiu a dos arigós. Aprofundei a pesquisa”, destaca Vasconcelos, que contará estas histórias de bastidores após cada apresentação.<EM><QA0> SERVIÇO“Arigó” – Sábado, às 20h, e domingo, às 19h, na Sala João Ceschiatti (Av. Afonso Pena, 1537). Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).

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