Histórias de políticos chamam atenção de diretores e marcam presença na telona

Paulo Henrique Silva
11/01/2019 às 07:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:58
 (Divulgação)

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Mesmo num momento de grande dissabor com a classe política, presidentes e outros líderes de governo continuam marcando presença nas telonas. Não há ano em que esses personagens não recebam uma cinebiografia, muitas vezes ganhando destaque nas premiações.

O Dick Cheney de Christian Bale, do filme “Vice”, com estreia marcada para o próximo dia 24 no Brasil, está cotadíssimo para ganhar o Oscar. Bale engordou 18 quilos e ficou careca para viver o vice-presidente de George W. Bush, transformação física que costuma resultar em prêmios.

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Autoridades que tiveram a história contada nos cinemas vão desde o presidente americano Abraham Lincoln, que valeu estatueta para Daniel Day-Lewis no filme de Steven Spielberg (“Lincoln”), até a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, vivida por Meryl Streep em “A Dama de Ferro”.

No ano passado, Gary Oldman recebeu o primeiro Oscar na carreira na pele do inglês Winston Churchill em “O Destino de uma Nação”. Em 2001, Colin Firth também levou o prêmio máximo do cinema para casa, ao interpretar o Rei Jorge VI em “O Discurso do Rei”.

Alguns atores, como Anthony Hopkins, encarnaram o papel de ocupante da Casa Branca mais de uma vez, pulando do sexto presidente americano – John Quincy Adams, em “Amistad” – para o 37º, com Richard Nixon, no filme de Oliver Stone, intitulado “Nixon”.Divulgação

Com 18 quilos a mais e careca, Christian Bale desponta na corrida para o Oscar de “Melhor Ator”, na pele do vice-presidente Dick Cheney em “Vice”, de Adam McKay

Fixação

O cineasta, inclusive, tem fixação por grandes líderes políticos. São dele “JFK: a Pergunta que Não Quer Calar”, sobre o assassino de John Kennedy, e “W”, focado em George W. Bush. O diretor assinou, ainda, documentários sobre o cubano Fidel Castro (“Comandante” e “Castro in Winter”) e o venezuelano Hugo Chávez (“Mi Amigo Hugo”).

Em “Ao Sul da Fronteira”, Oliver Stone entrevistou sete presidentes da América do Sul, dentre eles Lula. O petista, por sinal, ganhou documentários antes mesmo de assumir a presidência do Brasil, em “Braços Cruzados, Máquinas Paradas” e “ABC da Greve”, quando era líder, na década de 1970, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Já no Palácio do Planalto, foi tema de “Entreatos”, de João Moreira Salles, e “Lula, o Filho do Brasil”, de Fabio Barreto. Sua sucessora, Dilma Rousseff, logo deve desbancá-lo em número de filmes, devido à quantidade de obras produzidas sobre o impeachment, entre elas “O Processo”, de Maria Augusta Ramos.

O Brasil Império também alimentou vários roteiros. De trabalhos históricos como “Independência ou Morte”, com Tarcísio Meira como Dom Pedro I, a comédias como “Carlota Joaquina, em que Marco Nanini dá vida a um atrapalhado Dom João VI.Divulgação

"JFK" é obra de Oliver Stone


Vizinhança

Na América do Sul, outro cubano foi assunto de vários filmes: Che Guevara, que ganhou longa (“Che”), com a assinatura de Steven Soderbergh, em que Benicio del Toro faz o revolucionário (o brasileiro Rodrigo Santoro aparece como Raul Castro).

A argentina Eva Perón foi ainda mais longe: a trajetória da primeira-dama inspirou o musical “Evita”, dirigido por Alan Parker e protagonizado por Madonna. Também vale a pena ver o drama “Eva Perón – A Verdadeira História”, de Juan Carlos Desanzo.

Mais recentemente, o uruguaio José Mujica chamou a atenção do diretor sérvio Emir Kusturica, responsável pelo documentário “Mujica”. Na ficção, a história da prisão dele no emocionante “Uma Noite de 12 Anos”. 

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