Historiador aborda a boa vida de oficiais nazistas em países americanos

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
10/09/2016 às 12:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:46
 (Helio Fraga/Arquivo Hoje em Dia)

(Helio Fraga/Arquivo Hoje em Dia)

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, muitos oficiais nazistas fugiram da Alemanha, pois sabiam que as atrocidades cometidas no conflito terminariam em condenação. Alguns deles estão no livro “Nazistas entre Nós – A Trajetória dos Oficiais de Hitler Depois da Guerra” (Editora Contexto), do historiador e jornalista Marcos Guterman. 

A obra relembra os caminhos de fuga de personagens marcantes como Josef Mengele, Klaus Barbie e Adolf Eichmann. Figuras que viajaram para países como Brasil, Estados Unidos, Argentina, Paraguai e Bolívia, onde tiveram vidas tranquilas. “Essas histórias são famosas, mas a nossa ideia foi de mostrar essa história de maneira mais ampla e tentar entender porque essas pessoas que participaram de um sistema criminoso como o Nazismo puderam viver como se nada tivesse acontecido”, afirma o autor. “Minha curiosidade foi entender como as sociedades o receberam”. 

A publicação mostra como muitas pessoas receberam bem os nazistas como vizinhos e, mesmo aqueles que descobriram o passado dos alemães fugitivos, se mantiveram em silêncio. “O cinema atrapalhou um pouco nosso imaginário, pois criou uma ideia de que os nazistas eram psicopatas sanguinários. Não dá para imaginar que aquele vizinho tão gente boa possa ser um cara de um passado nazista”, diz Guterman. “Franz Stangl é o mais impressionante. Era um homem apaixonado pela mulher e pelos filhos, um pai exemplar para a sociedade”. 

De acordo com o autor, não só os vizinhos aceitaram a presença dos nazistas, como Estados também. Muitos deles migraram usando documentos verdadeiros e houve quem ajudasse os Estados Unidos na guerra contra os comunistas. 

Famoso

Um dos capítulos mais marcantes é dedicado ao “Anjo da Morte”, Josef Mengele. Ele entrou para a história como um dos mais cruéis nomes do Nazismo, pois era responsável por decidir quem devia morrer ou permanecer vivo no campo de concentração de Auschwitz. Também foi ele quem desenvolveu testes absurdos com crianças gêmeas. O homem passou os últimos anos de sua vida transitando entre Argentina, Paraguai e Brasil, totalmente incólume. 

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