(Disney)
Assim como o Senhor das Estrelas de “Os Guardiões da Galáxia” (2014), Homem-Formiga pertence à segunda linha de heróis da Marvel. Coincidência ou não, as opções para o début cinematográfico do personagem que tem o poder de diminuir de tamanho são similares às do filme citado para comparação: um ator pouco afeito a papéis heróicos (Paul Rudd) e pitadas de humor.
A mescla retoma a fórmula (malsucedida) usada nos anos 80, quando os heróis Marvel adentraram a cena. Se no quesito efeitos antes as produções eram muito toscas, não é o caso de “Homem-Formiga”. Mas a qualidade técnica não é o destaque aqui, e sim o emprego da comicidade, não só nos diálogos mas na escalação de coadjuvantes, como os atrapalhados amigos de Scott e a dupla de policiais que corre para lá e para cá como os “Keystone Cops” do cinema mudo.
Pode até passar um pouco do ponto por vezes, mas o humor – evidente até mesmo na escolha do diretor, Peyton Reed, de “Sim Senhor” – se sustenta por um elemento típico das fantasias dos anos 80: o lado família, manifesto também em “O Espetacular Homem-Aranha”.
Scott é um recém-saído da prisão que encontra a roupa do herói em um roubo (!). Mas se enobrece pelo carinho com a filha. Como em muitas aventuras de Spielberg, o que o move é a retomada do vínculo familiar, amor que se justapõe a uma causa nobre como a defesa do planeta. Se funciona? Pelo menos não tem nenhuma “cidade caindo dos céus”, como salienta o mentor de Scott.