"Homens São de Marte..." e "Malévola" estreiam

Paulo Henrique Silva * - Hoje em Dia
29/05/2014 às 07:24.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:46
 (Downtown)

(Downtown)

RIO DE JANEIRO– Diferentemente de alguns colegas, Mônica Martelli não tem pudores em expor a vida pessoal. Tanto que conheceu o sucesso numa peça em que revela, de forma bem-humorada, suas angústias amorosas. “Construí a minha vida dessa forma, transformando em arte o que vivi”, registra ela, em encontro com a imprensa para divulgar o filme “Os Homens São de Marte... e é pra lá que Eu Vou!”, baseado na peça que está há nove anos em cartaz.
 
Uma das principais estreias desta quinta-feira (29) nos cinemas – ao lado de “Malévola” – e forte candidata a “comédia brasileira do ano”, a produção reproduz situações inusitadas vividas pela atriz na busca pelo grande amor. A cena em que usa um rio como banheiro, ponto alto do filme, foi inspirada num fato real.
 
“Me apaixonei em Caraíva (BA) e achava que ia morar em meio à natureza para sempre. Não durou mais do que 15 dias. Estava encantada com o discurso de desapego material e quando vi, no meio da noite, que a casa não tinha banheiro, fiz xixi olhando para o céu, maravilhada”, relata.
 
E prossegue: “Se fosse há 20 anos, estaria tudo certo. Mas o grave é que eu tinha 33 anos à época”. A vontade de colocar tudo no papel veio ao perceber que tinha “que sair do lado do carona para dirigir o carro”. A atriz não esperava o sucesso da peça, que estreou numa sala pequena e numa época em que estava “dura, morando com a mãe, fazendo contas” para sobreviver. “A minha biografia pode ser dividida no antes e depois da peça”, assinala.
 
Mônica afirma que foi criada por uma mãe feminista que lhe ensinou a ser independente e trabalhadora. “O casamento e o amor sempre foram uma ‘coisa menor’. Devemos muito àquelas que queimaram o sutiã, mas o que adianta viajar de primeira classe para Paris sem seu amor do lado?”.
 
Se na peça Mônica interpreta todos os personagens, femininos e masculinos, no filme ela divide a cena com galãs como Du Moscovis, Humberto Martins e Marcos Palmeira, além do comediante Paulo Gustavo, na pele do “pilhado” amigo gay.
 
Malévola
 
Outra estreia que promete bombar é “Malévola”, com ninguém menos que Angelina Jolie no papel principal. Em foco, a “história não contada” da vilã mais icônica da Disney, do clássico “A Bela Adormecida”.
 
Roteiro inteligente é um dos trunfos de ‘No Limite do Amanhã’
 
Viagens no tempo são um dos temas mais caros à ficção-científica, mas quando esse deslocamento temporal se reduz a um ou dois dias, com o protagonista voltando às mesmas situações recém-vividas, o melhor exemplar é uma comédia – “Feitiço do Tempo”, de 1993.
 
Mas “No Limite do Amanhã”, outra estreia desta quinta nos cinemas, chega bem perto do filme protagonizado por Bill Murray ao concentrar sua narrativa não exatamente na possibilidade de mudar seu destino e do mundo, mas sim no seu aprendizado interior.
 
Esse é o ponto comum entre o jornalista de Murray e o soldado vivido por Tom Cruise, que sai do conforto de seu gabinete para pegar em armas e lutar contra invasores alienígenas. Nos dois casos, eles surgem como antipáticos, individualistas, mentirosos e soberbos.
 
Quando descobrem que o dia está sempre sendo reiniciado e observam com maior nitidez as reações do outro, mudam não só para tirar alguma vantagem em relação ao que irá acontecer, mas também, numa espécie de mea-culpa, para reverem seu próprio comportamento.
 
Heroísmo
 

O soldado não é premiado apenas com o amor (como no caso de “Feitiço do Tempo”). Ele é a única possibilidade de a Terra ganhar a guerra contra os extraterrestres. E precisará morrer várias vezes – “ressuscitando” após ser contaminado com sangue alien – até concluir seu objetivo.
 
O filme poderia perder logo o charme de seu artifício, que também gera cenas de humor, mas o roteiro inteligentemente escapa dessa armadilha ao criar elipses, quando não temos certeza se o personagem já viveu algumas situações, sacrificando-se pelo seu amor.
 
* Viajou a convite da Downtown Filmes

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