Horror que ainda reverbera no mundo, Holocausto segue norteando lançamentos editoriais

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
10/06/2013 às 08:38.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:59

O horror explicado através de desenhos e textos, digamos assim, "mais leves". Como traduzir um dos capítulos mais hediondos do século passado – e da história da humanidade – para crianças? A resposta pode ser difícil, mas sim, o Holocausto tem também inspirado livros para o público infanto-juvenil. Um belo exemplo, "É Proibido Falar Disso!" acaba de aportar às livrarias do Brasil, pela Companhia das Letrinhas. O texto de Noemie Shay ganha, aqui, um suporte made in Brasil: as ilustrações, belíssimas, da curitibana Bruna Assis Brasil.

O livro parte de uma história real para falar de crianças que, graças a temerários "anjos da guarda" – no caso da personagem Batya, encarnada em uma cristã, Miriana, sua vizinha – conseguiram escapar das mãos dos alemães, adotando um outro nome e outra crença.

Mas tem mais. No último mês de maio, em Berlim, foi aberta a exposição "Drawings from the Theresienstadt Ghetto", no Jewish Museum, ou Museu Judaico. A mostra, que fica em cartaz até o final de agosto desse ano, traz desenhos feitos clandestinamente pelo artista gráfico checo Bedrich Fritta, deportado ao campo-gueto de Theresienstadt (1941-1944), para seu filho, Tommy, por conta de seu aniversário.

Aqui, vale uma explicação: os campos-guetos eram um meio de camuflar o destino dos judeus ante a opinião pública. Para tanto, eram descritos como "campos-modelo". Na realidade, mais de 35 mil pessoas morreram ali, muitas em decorrência das más condições de higiene. Ao todo, 150 mil passaram por lá.

Auschwitz

A exposição reúne aproximadamente 50 obras (são 15 esboços e desenhos em grande formatos), produzidas em Theresienstadt, e que tentam reproduzir com fidelidade a vida lá. Traços como o mostrado na foto abaixo, da agência France Press, feito antes de Fritta ter sido deportado para Auschwitz, em outubro de 1944.

Assim como a Batya do livro citado no começo dessa matéria, Thomas Fritta-Haas sobreviveu aos campos de concentração, e foi adotado por um amigo de seu pai, Leo Haas. A exposição em cartaz na capital Berlim foi supervisionada pelo filho de Thomas, David Haas.

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