Humorista Max Nunes morre aos 94 anos no Rio de Janeiro

Folhapress
11/06/2014 às 16:15.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:58
 (Reprodução/Instagram)

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Morreu na madrugada desta quarta (11), no Rio, o humorista Max Nunes, aos 94 anos. Ele estava internado no Hospital Samaritano e teve complicações após sofrer uma queda. Nascido em 1922 no Rio de Janeiro, Max Nunes formou-se em 1948 pela Faculdade Nacional de Medicina, da antiga Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro). Especializou-se em cardiologia e exerceu a profissão até os anos 1980.

O humor e o mundo das artes sempre estiveram na vida de Nunes. Seu pai, Lauro, que era jornalista, escrevia esquetes para a rádio Mayrink Veiga e publicou livros de humor sob o psdeudônimo "Terra de Sena". Morador da Vila Isabel, foi vizinho de Noel Rosa, de quem ficou amigo. Na infância, participou de programas de rádio e de concursos musicais. Pela voz doce, ganhou o apelido de "gargantinha de veludo".

Mais tarde, assinaria letras como compositor. É o caso de "Bandeira Branca", composta em parceria com Laércio Alves. Ainda nos anos 1940, estreou como roteirista de "Barbosadas", programa de Barbosa Jr. na rádio Nacional, e do filme "E o Mundo Se Diverte" (1948), de Watson Macedo. Trabalhou na Rádio Tupi nos programas "A Queixa do Dia", "Ninguém Rasga", "Dona Eva e Seu Adão" e "O Amigo da Onça", mas foi na Radio Nacional que teve seu maior sucesso: "Balança mas não Cai", humorístico que ganhou versões para o cinema, o teatro de revista e a televisão.

Para os palcos, escreveu 36 peças para o teatro de revista. Foi ainda colunista na "Tribuna da Imprensa" (1954-1955) e no "Diário da Noite" (1954-1960). Ele chegou à TV como roteirista na década de 1960 no extinto canal Excelsior e, alguns anos depois, mudou-se para a Globo, onde começou uma longa parceria com o apresentador Jô Soares.

"Nós éramos muito próximos. Ele era muito padrinho, trabalhos juntos há muito tempo. Vou falar o óbvio: é uma grande perda porque ele era um dos grandes, ao lado do Millôr Fernandes, do Chico Anysio, dos grandes humoristas do Brasil. Não só na superfície, mas também em profundidade. A análise que ele fazia do Brasil, dos personagens brasileiros era uma pessoa de convívio maravilhoso. Tudo o que ele fez foi da maior importância. Era uma ligação muito próxima", disse Jô à reportagem. O humorista deixa duas filhas.

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