Internet é ponto de partida para disco da banda Filarmônica de Pasárgada

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
02/09/2016 às 18:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:40
 (Edson Kumasaka/Divulgação)

(Edson Kumasaka/Divulgação)

A banda Filarmônica de Pasárgada já é uma referência nacional quando o assunto é experimentação dentro do universo da música pop. Mas, agora com seu terceiro álbum, o grupo reforça ainda mais as suas características de construir músicas com humor, ironia e referências a muitos gêneros musicais e elementos da cultura contemporânea. 

Em “Algorritmos” (Coaxo do Sapo), a internet é a grande estrela. Todas as 15 faixas têm o mundo cibernético como temática. Embora seja o trabalho mais conceitual do grupo paulista, há uma grande variedade de estilos, linguagens e temas no resultado.

“Nos outros dois discos, já tinha músicas com uma relação com a internet. Percebemos que um disco inteiro sobre a internet poderia dar muito pano pra manga. Isso porque a internet é uma coisa muito viva no cotidiano das pessoas, tanto na vida pessoal quanto profissional”, conta Marcelo Segreto, compositor e arranjador da Filarmônica de Pasárgada. 

Entre as inspirações, estão os textos curtos do Twitter (na música “144 Caracteres”), as cópias desenfreadas (“Ctrl C Ctrl V”), os muitos leões caçados diariamente pelos que trabalham de forma solitária em frente ao computador (“Home”), as conversas virtuais que nunca viram reais (“Fernando Henna Está Online”). 

“A internet é tão dinâmica que corria o risco de falar dela hoje e estar desatualizado daqui cinco anos. Por isso, falamos dela de uma forma mais geral, mais humana”, conta Marcelo. “Então eu pensava: como falar de experiência amorosa a partir do Twitter? Então lidei com o limite de caracteres”, exemplifica o artista. 

Referência

Marcelo Segreto pode ser considerado um dos principais “discípulos” de Tom Zé, por ser um artista que compõe muito (ele já está planejando um próximo álbum para a banda, que terá São Paulo como temática) e sempre faz questão de sair do lugar comum.

“Uma coisa que admiro muito no Tom Zé é que ele sempre busca unir a experimentação com uma coisa bem comunicativa. É gostoso experimentar, mas não podemos perder a comunicação com o público”, afirma Marcelo, que levou para o disco uma parceria com Tom Zé (e Tim Bernardes, d’O Terno): “São SP”. 

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