Jacques Fux 'entra' na mente de judeus famosos no livro 'Meshugá'

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
04/11/2016 às 17:40.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:31
 (Divulgação)

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Como seria se você pudesse entrar na mente de uma pessoa e desvendar as loucuras dela? Quais seriam seus medos, suas angústias? Em “Meshugá” (José Olympio), o escritor mineiro Jacques Fux reinventa a vida e a obra de diversas personalidades famosas, levantando possíveis questionamentos que elas teriam sobre si e sobre o mundo. 

O cineasta Woody Allen, o matemático Grisha Perelman, o enxadrista Bobby Fischer e o ator pornô Ron Jeremy são algumas personalidades transformadas em personagens nessa obra. Não por acaso, são todos judeus – como o próprio Fux.

Assim como em seus dois romances anteriores, “Antiterapias” (2012) e “Brochadas” (2015), o autor brinca com a sua herança cultural judaica – por sinal, meshugá significa louco, em hebraico. “Esse é um mote literário muito rico. Existem escritores americanos, como Philip Roth, que seguiram essa linha literária irônica. Sou judeu, não tenho isso bem resolvido em mim e vou cutucando isso o máximo possível”, diz o autor, que lança o livro na quarta-feira, no Centro Cultural do Minas Tênis Clube. 

Outros judeus famosos aparecem como coadjuvantes nas histórias criadas por Fux, como Sigmund Freud, Clarice Lispector e Noam Chomsky.

Pós-doutor em Literatura Comparada e ex-pesquisador visitante na Universidade de Harvard, Fux ganhou atenção depois de vencer o Prêmio São Paulo de Literatura de 2013 com o livro “Antiterapias”

Mente de Allen

Cada personagem abordado possui um histórico de vida que foi tido como loucura em algum momento. Sobre Woody Allen, por exemplo, o foco está no romance com a filha adotiva da então esposa, a atriz Mia Farrow. “Eu entro na cabeça dele e vou explorando esse tema. Existe um mito de que o povo judeu é muito incestuoso e faço uma relação com esse assunto”, adianta Jacques. “Quero entrar na cabeça das pessoas e entendê-las, mas o entendimento acontece sob a minha perspectiva. Por isso, faço uma brincadeira com o próprio narrador”. 

O preconceito vivido pelos judeus também é mote para uma reflexão. “De alguma forma, me concentrei no bullying que esses personagens viveram”, completa. 

Serviço: Lançamento de “Meshugá” no Café do Centro Cultural do Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2244, Lourdes), quarta, às 19h30. Entrada franca

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