Jair Naves mostra sua música inquieta em Belo Horizonte

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
17/05/2013 às 07:52.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:45

Nem mesmo o próprio Jair Naves poderia esperar uma aceitação tão grande de “E Você se Sente Numa Cela Escura, Planejando a Sua Fuga, Cavando o Chão com as Próprias Unhas”, seu primeiro trabalho solo. O disco esteve em praticamente todas as listas de melhores do ano e foi responsável pelo prêmio na categoria Revelação da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Provavelmente, o destaque foi importante para que 160 pessoas se mobilizassem, via crowdfunding (financiamento coletivo feito pela empresa Variável 5), em nome da realização do show em Belo Horizonte. Graças a esse apoio, Jair se apresenta no Granfinos esta noite.

“Tudo que aconteceu sobre o disco foi muito espontâneo”, diz Jair, que aparece para alguns como uma “revelação”, mas está na estrada há muitos anos (era integrante da visceral Ludovic, destaque da cena independente paulista no início dos anos 2000).

“Há artistas que procuram se adequar ao que acontece no mercado, mas aprendi que não se pode subestimar a inteligência das pessoas”, diz o artista. “Tenho a consciência de que não é preciso banalizar, fazer uma música mais ‘fácil’, para chegar até o público”.

Natural

O nome comprido e diferente de “E Você se Sente Numa Cela Escura...” pode indicar uma sensação de hermetismo, mas não é. Trata-se de um disco inteligente, especialmente por trafegar por diferentes caminhos de referências do indie rock. Há um quê da força do punk rock e um quê das temáticas sombrias do som que sempre esteve à margem das rádios.

“Queria que soasse o mais natural possível. Me incomodava muito ver tudo muito perfeito, com muitas correções. Parecia tudo muito plastificado. Queria que o disco soasse como é ao vivo, algo como acontecia nos anos 60 e 70. Isso humaniza todo o processo”, analisa o artista.

Versões

Para divulgar o show de Naves em Belo Horizonte, a produção apostou em uma ideia bem interessante. Quatro artistas mineiros – as bandas Aldan ,  Lupe de Lupe, Quase Coadjuvante e o cantor Nobat – fizeram versões para composições do músico paulista, presentes em seu último trabalho. Essas versões geraram vídeos que foram divulgados no YouTube e em redes sociais.

“Foi o maior presente que já recebi desde o início de minha carreira”, diz Jair. “Espero poder retribuir e conhecer esses músicos pessoalmente no show”. Importante lembrar: a abertura é de Leonardo Marques, que mostra seu disco “Dia e Noite no Mesmo Céu”.

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