Jiu-jítsu é inspiração para obra

Cintya Oliveira - Hoje em Dia
16/09/2014 às 12:22.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:13
 (João Castilho)

(João Castilho)

João Castilho não é um aficionado por lutas, mas sempre gostou de assistir a confrontos de boxe e, mais recentemente, de UFC. A plasticidade do encontro entre lutadores (principalmente jiu-jítsu) foi a motivação para a videoinstalação “Prélio”, que será aberta ao público nesta terça-feira (16), na Galeria Arlinda Corrêa Lima, do Palácio das Artes. Assim como a mostra do Grivo, esse trabalho foi premiado na categoria “Formato Livre” da 6ª edição do Filme em Minas – Programa de Estímulo ao Audiovisual.

“Prélio” consiste em duas grandes telas, onde são projetadas as imagens captadas a partir de filmagens em alta definição – realizadas no Espaço CentoeQuatro, com atletas da academia de jiu-jítsu Cassão Team. Além do foco nos corpos dos lutadores, há, ainda, imagens captadas de objetos que dialogam com a plasticidade da luta.

“São objetos que estavam ali, à disposição, durante a filmagem, no próprio espaço, sem um planejamento prévio e uma direção de arte. Queria que fosse uma coisa mais crua”, afirma João Castilho, que já havia feito videoinstalações anteriormente, mas não com imagens de proporções tão grandes – as telas têm dimensões de 2,3 por 3,6 metros.

A ideia nasceu há três anos. Começou com uma pesquisa sobre o jiu-jítsu, com as informações sobre o desenvolvimento da arte marcial em Belém do Pará pela família Grace. “Era uma luta com uma carga de brasilidade enorme, uma luta construída a partir do contato com imigrantes japoneses”.

A plasticidade e inteligência do jiu-jítsu foram as fontes de inspiração para o artista. “Não tem troca de chutes e socos. É uma luta que acontece quase o tempo todo no solo, quase como um jogo de xadrez. No jiu-jítsu, a força não é o mais importante, mas, sim, a inteligência e a técnica. Não é a toa que um lutador magro e pequeno pode vencer um oponente maior”, explica o artista. “O que me interessa é o equilíbrio das forças, a junção dos corpos”.

Assim como acontece em uma luta, as duas telas promovem um diálogo constante entre si, dosando equilíbrio de forças. “O jiu-jítsu é o foco das imagens, mas os embates aqui mostrados tratam de várias situações que temos na vida. Temos embates dentro de casa ou na campanha eleitoral”.

“Prélio” na Galeria Arlinda Corrêa Lima do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537). De terça a sábado, das 9h30 às 21h, e domingo, das 16h às 21h. Entrada franca. Até 19/10.

Veja outras obras do artista

Até o dia 4 de outubro, o público poderá conferir a mostra “O Futuro Avança para Trás”, também de João Castilho. Em cartaz na galeria Celma Albuquerque (rua Antônio de Albuquerque, 885, Savassi), a exposição conta com várias obras, com destaque para a instalação feita com 70 retrovisores de motocicletas.

As galerias de arte e os espaços alternativos costumam ser os locais onde Castilho apresenta seus trabalhos. No Palácio das Artes, “Prélio” é o primeiro trabalho que apresenta individualmente.

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