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A rude paisagem da caatinga nordestina já inspirou grandes compositores brasileiros como Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira com o clássico “Asa Branca”. Também não se pode esquecer de “Lamento Sertanejo” imortalizado por Gilberto Gil e Dominguinhos. Essa vegetação rasteira também faz parte de um pedaço de nossas Minas Gerais. E que, não por acaso, é povoada por uma gente sofrida e lutadora, mas que nunca perde a esperança. Tudo isso serviu de inspiração para Fernando Kavera.
O compositor conheceu de perto essa realidade. “Passei uma temporada no Norte de Minas, quando conheci esse bioma, que muito mineiro não conhece como conhece a Mata Atlântica, o Cerrado. A Caatinga tem paisagens e pássaros que inspiram musicalidade”, assinala Fernando Kavera.
O compositor ficou impressionado como as pessoas se unem para superar essa natureza ríspida e pouco amigável ao homem. “Até Montes Claros é Cerrado, dali para frente tem mata de transição. E depois é a Caatinga. Essa variação dos biomas me tocou. Mas ao mesmo tempo tem um povo esperançoso”, frisa.
O resultado desse trabalho artístico poderá ser conferido durante o concerto da primeira audição pública da “Sinfonia Minas Gerais” e da “Sinfonia de Cordisburgo”, de Kavera, com a Orquestra Sinfônica Musicoop, Coro Madrigale e regência do maestro americano Mark Lambert, nesta quarta-feira (9), às 20h, no CCBB (Praça da Liberdade, 450).
Durante a apresentação, o poema “Ode ao Sertão”, de autoria de Fernando Kavera, será recitado harmonicamente à composição na voz de Rogério Falabella.
Antes do início do espetáculo, Weber Lopes, com seu violão, vai tocar duas peças clássicas do CD “Prelúdios, Sonatas e Serenatas para Violão Solo”, de Kavera.
Livro
Fernando Kavera está concluindo o quarto livro, “Primeiro, as Horas; Segundo, os Segundos; e Por Fim, O Fim”, que deverá ser lançado até o início do ano que vem.
O compositor e também escritor, tem outro projeto: dirigir o filme “Abaixo da Impiedosa”, baseado em seu livro homônimo.