Kimbra e Olodum fazem homenagem a Michael Jackson no Rock in Rio

Marco Aurélio Canônico e Anderson Santiago - Folhapress
16/09/2013 às 09:05.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:26

RIO DE JANEIRO - Chamando mais atenção por suas saias extravagantes do que pela qualidade de suas músicas, a neozelandesa Kimbra, de 23 anos, contou com a ajuda do Olodum para animar um show morno, que teve como ponto alto a homenagem a Michael Jackson, na versão de "They Don't Care About Us".

Alçada à fama graças a sua participação no megahit "Somebody that I Used to Know", de Gotye, a jovem entrou no palco Sunset com dez minutos de atraso, às 17h40 de domingo (15), usando uma saia vermelha bufante e um colar com a bandeira do Brasil.

Uma das atracões menos conhecidas pelo grande público, Kimbra mostrou que tem seu grupo de admiradores brasileiros - eles gritaram seu nome na frente do palco e ajudaram na cantoria em músicas como "Cameo Lover" e "Settle Down".

Além das canções de seu único disco lançado ("Vows", 2011), Kimbra mostrou uma inédita, "Mad House", um dance-eletrônico-meio-soul que estará em seu próximo álbum.

Magrelinha e dançando de forma meio desengonçada, a neozelandesa estava nitidamente feliz pela oportunidade e esbanjou simpatia em português, indo do "e aí, galera?" ao "estou muito contenta de estar aqui no Brasil. É minha primeira vez e estou muito feliz".

Kimbra trocou de saia para uma com as cores do Olodum ao convocar o grupo de percussão ao palco. Juntos, tocaram duas músicas do repertório da cantora e a célebre canção de protesto que Michael Jackson gravou com os baianos. Foi sem dúvida o momento mais agitado de um show pouco empolgante.

Veteranos

Escalados em um dia de atrações para o público juvenil, os veteranos George Benson e Ivan Lins concentraram o público mais velho do Rock in Rio com seu repertório romântico estilo "light FM", durante o show que fechou o palco Sunset neste domingo (15).

O americano Benson, ainda um crooner de voz afinada e um guitarrista com suingue, se valeu de velhos sucessos como "Kisses in the Moonlight" e "In Your Eyes" para manter a plateia balançando.

Lins entrou em cena após três músicas, assumindo os teclados para cantar "Novo Tempo", sendo acompanhado por Benson na guitarra. Como o tom político da letra, desconhecida da maioria, não ficou claro para o público, Lins fez questão de explicitá-lo.

"Muito bom vê-los aqui, se divertindo. Esse é um período de diversão. Acabado o Rock in Rio, vamos aos nossos deveres. As ruas também esperam por vocês", disse, sendo aplaudido.

O brasileiro seguiria na mesma toada, inserindo uma referência política na letra de "Soberana Rosa". "Tá na cara / falta honestidade / tá na cara / falta liberdade".

Mas a plateia, com vários casais, estava menos para o protesto e mais para o romantismo, como ficou claro no coral que se formou durante "Vitoriosa". Na sequência, a dupla repetiu o dueto do Rock in Rio de 1985 em "Dinorah, Dinorah".

Acompanhado de uma banda segura e coesa, Benson fechou o baile da saudade com uma performance admirável de seus principais sucessos dançantes, "Give me the Night" e "On Broadway".
    
Jota Quest faz o que mais sabe no Rock in Rio  

Tarefa quase impossível: assistir a um show do Jota Quest sem conhecer pelo menos um verso de algum hit da banda. Grudento e tocado à exaustão, das FMs a festas de formatura, o pop rock do grupo mineiro abriu a programação do palco Mundo na noite de domingo, no Rock in Rio.

Para a banda, a vantagem é que não é preciso muito esforço para conquistar a simpatia da galera. Todos ali estavam (apenas) querendo o que eles mais sabem fazer: disparar um hit atrás do outro.

Pulando o tempo todo no palco, Rogério Flausino começou o show com um dos maiores sucessos, "Na Moral", do álbum "Discotecagem Pop Variada", de 2001.

Na plateia, o clima era tranquilo: ainda havia muito espaço para circular e ver os mineiros de perto. Antes de tocar "Já Foi", Flausino, um animador de público nato, incentivou: "O Rock in Rio é disco". E dá-lhe pulos do frontman no palco e dos fãs no gramado.

"Encontrar alguém" e a romântica "Só Hoje" não passaram despercebidas  - foram cantadas em uníssono por todo mundo. Em retribuição, a galera recebeu novidades: "Depois de cinco anos sem lançar um disco de inéditas, vou anunciar em primeira mão o nome do nosso novo álbum, que será 'Funk, Funk, Boom, Boom'".

Segundo o vocalista, o disco, que será lançado em outubro, será mais "funk e soul, assim como os os primeiros trabalhos do Jota Quest".

Em seguida, tocou uma faixa nova com integrantes do Funk Como Le Gusta na banda, chamada "Mandou Bem".

"De Volta ao Planeta dos Macacos" veio num tom político. Flausino agarrou uma bandeira nacional, e emendou trechos de "Brasil", de Cazuza, com o hit. "Aí, mensalão, estamos de olho", disse.

Como surpresa final, Lulu Santos subiu ao palco para cantar "Tempos Modernos". Ele dançou, pulou e tocou gaita, mas só fez vocal de apoio para Flausino. Mais um megahit pop para coroar a apresentação.

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