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Fundador e símbolo da banda britânica Jethro Tull, o flautista Ian Anderson surpreende até em entrevistas por e-mail. Suas respostas, imbuídas de uma ironia refinada, mostram o quanto ele está sempre em busca de inovações. Aos 65 anos, o vocalista do Jethro Tull comemora seus 42 anos de carreira com a turnê, que passa por Belo Horizonte amanhã, do disco que esteve entre os mais vendidos no mundo: “Thick as a Brick” (TAAB), de 1972, o quinto de estúdio da banda.
O show no Grande Teatro do Palácio das Artes, nesta sexta-feira (15), com ingressos esgotados, tem por base o lendário álbum. Composto por Anderson, o disco tem a particularidade de ter somente uma faixa, dividida em dois temas.
“Eu escrevi alguns minutos de música em tempo real, todas as manhãs. Assim, a coisa toda se construiu, em cerca de dez dias de trabalho duro. Em seguida, foi direto para a gravação. TAAB2 foi feito praticamente da mesma forma em fevereiro de 2011, mas com um longo intervalo antes da gravação real, devido aos nossos compromissos de turnê durante esse ano”, diz o vocalista.
“Thick as a Brick” foi escrito através dos olhos de um menino de oito anos – o fictício Gerald Bostock ou Little Milton – quando Ian Anderson tinha 25 anos. “E 40 anos depois, parece funcionar. Mesmo na minha mente mais clara, mais madura de hoje. O envelhecimento é na mente, mas no corpo também, infelizmente. A parte mental é o mais fácil de se conviver”, reflete o músico.
Rock teatral
Para o show de amanhã em Belo Horizonte, o músico promete uma pegada de rock em um contexto mais teatral com muitos links de vídeo e artistas adicionais, em comparação com turnês anteriores.
“TAAB foi realizada em 1972 para uma turnê pelo Reino Unido, uma dupla de shows na Europa e dois passeios nos Estados Unidos. Agora, 40 anos depois, vamos fazer a coisa toda como foi gravado. É esperar para ver um monte de caras mais velhos se divertindo. Nós todos realmente gostamos de fazer este show”, revela Ian.
O álbum será tocado exatamente como foi registrado tendo um intervalo de 15 minutos entre as duas metades do show. “Será um pouco mais de duas horas e meia para passar em minha companhia. Então traga uma almofada macia para sentar e uma sopa quente e sanduíches. É um filme longo”, brinca o vocalista.
Sem mais do mesmo
Conhecido por sua capacidade de reinventar sua própria música, Ian ressalta que não quer ficar parado ou apenas repetir as músicas antigas para sempre. Diz que ama seu trabalho antigo, mas tem que continuar a acrescentar a isso.
“Mesmo em uma idade em que novos álbuns e velhos artistas não andam juntos. Todo mundo pensa que quer o novo álbum dos Rolling Stones. O que eles realmente querem dizer é que querem uma nova gravação dos velhos Rolling Stones! Alguma coisa que soe como ‘Satisfaction’ ou ‘Brown Sugar”, destaca.