Prevista para 10 de janeiro, a série "Escaping the KKK: A Documentary Series Exposing Hate in America", do canal pago A&E, deveria retratar quem deixa o grupo de ódio americano. Acabou cancelada por suspeita de propina.
Agora, uma investigação da revista "Variety" provou que os produtores, porém, pagaram membros da organização para que dissimulassem e até mesmo pagaram por crucifixos de madeiras e suásticas que eles originalmente não usavam.
A publicação apurou que os líderes do Ku Klux Klan receberam centenas de dólares da produtora contratada em cada dia de filmagem. Em troca, deviam distorcer os fatos diante da câmera e contar uma narrativa previamente definida sobre os que querem deixar o grupo.
Os personagens do documentário chegaram a receber roteiros quase ficcionais e eram instruídos sobre suas falas. A produção também os orientou a forçar sua personalidade, motivações e relacionamentos com os outros, além de forçá-los a repetir diversas vezes sequências até que a direção estivesse satisfeita.
Um dos líderes da KKK contou à revista que um dos produtores o encorajava e repetir a expressão "nigger", de cunho altamente racista, durante as entrevistas.
A A&E recusou comentar as acusações da revista "Variety". O canal enviou uma declaração em que afirma que irá tomar providências sobre a produção e que já decidiu cancelar a exibição do documentário, cuja realização está sendo investigada pela emissora.