Lançamentos, shows e coisas do fundo do baú mantém a década de 80 na moda

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
29/07/2015 às 06:56.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:07
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Cards do chocolate Surpresa com fotos da fauna mundial? Aquaplay, popular brinquedo com água lançado pela Estrela? Álbum da Copa do Mundo da Espanha, preenchido com figurinhas dos chicletes Ping Pong?

Nada disso acionou uma parte afetiva de sua memória, levando-o a uma viagem no tempo? Se a resposta for negativa, não precisa ser um “bidu” para saber que o leitor tem menos de 35 anos e não viveu a década de ouro dos 80.

Aliás, o verbo “viveu” pode ir para o presente no caso de muitos fãs do período em que a Pepsi nos fez colecionar tampinhas para trocá-las por bonecos de super-heróis. Sem falar no surgimento da MTV e da popularização do VHS.

Não se reprima

Queira ou não, eles estão de volta. Sucesso estrondoso no Brasil com músicas como “Não se Reprima” e “Quero Ser”, os porto-riquenhos do Menudo farão um show em São Paulo, em setembro. Bem, as vozes podem continuar as mesmas, mas os cabelos...

Nos cinemas, “Pixels” apresenta os vovôs do X-Box, em jogos como “Pac Man” e “Donkey Kong”. Nas padarias, o sabor oitentista volta na versão sorvete do Chantibon. E o brinquedo Genius foi relançado para testar nosso poder de concentração.

“Não é um revival. Algo que acabou e voltou depois”, garante a professora Renata Alves, 44 anos. A casa dela, no bairro Palmares, parece uma enorme túnel do tempo, como o carro esportivo DeLorean em “De Volta para o Futuro”.

Doninhas-de-casa

Há desde bonecas Susi à Pipoqueira da Estrela, uma máquina de fazer pipoca “de verdade”, como assinala Renata. Aliás, as feministas de hoje vão dizer que os brinquedos de menina eram verdadeiros formadores de donas-de-casa.

“Tenho ainda a máquina de costura, o aspirador de pó e o forninho que assava comida mesmo... Quando mostro para as crianças, elas ficam doidas. Apesar de hoje saber fazer tudo, não sou tão prendada assim”, diverte-se.

Uma de suas relíquias é a foto tirada ao lado de Robi Rosa, do Menudo. “Fui ao show no Mineirinho, de pé machucado. As músicas daquele tempo eram mais legais. Era possível ir à matinê na (discoteca) Baturité numa boa, pois não tinha bebida alcoólica”, destaca.

Renata é habitué das festas nostálgicas realizadas em casas noturnas de BH, além de organizar o fã-clube da banda mineira Chevette Hatch. “Ela é a maior prova de que não se trata de modismo. Afinal, estão na estrada há dez anos.

Festas temáticas reverenciam de Polegar a Michael Jackson

Há dez anos Ronaldo Paiva comanda as pick-ups nostálgicas de Belo Horizonte, reverenciando grupos que vão de Polegar a The Cure e convidando bandas mineiras que se especializaram nos anos 80, entre elas Chevette Hatch, PutzGrilla e Mais 80.

A festa “BH a 80” começou na casa de shows No Fundo do Baú, passou pelo Lord Pub e Vinnil e agora voltou ao Lord – com o título “Curtindo o Lord Adoidado”. “Cada festa é, na verdade, um grande encontro de amigos”, afirma Ronaldo.

Ele observa que o período foi muito libertador, mundialmente falando. No Brasil, a ditadura já estava perdendo força, assim como a Guerra Fria. Dessa época de descoberta veio um boom de criatividade”, recorda.

Estoura e some

A música, segundo ele, ganhou ares mais profissionais. “A produção ficou mais forte, com Michael Jackson e Madonna. Havia uma orientação de carreira. Hoje montam uma banda para fazer um sucesso. Estoura e depois some”, lamenta.

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