'Leopoldina, Independência e Morte' estreia nesta quinta no CCBB

Jéssica Malta
10/09/2019 às 08:53.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:29
 (Victor Lemini / Divulgação )

(Victor Lemini / Divulgação )

Após temporada de sucesso em São Paulo no ano passado, chega à capital mineira “Leopoldina, Independência e Morte”. A montagem recria momentos do período em que a esposa de Dom Pedro I viveu no Brasil, destacando o papel decisivo da imperatriz no processo de independência do país, numa época (século 19) em que o lugar da mulher era restrito a funções privadas. 

Personagem ainda desconhecida pela maioria dos brasileiros, Leopoldina morreu com apenas 29 anos (em 1826). Os últimos 12 dias de vida da imperatriz de origem austríaca foram marcados pelos intensos delírios após sofrer um aborto. Além desse episódio, a peça aborda o relato dela a uma interlocutora sobre as primeiras impressões ao chegar ao país e a relação com José Bonifácio, seu principal aliado. 

Com texto e direção de Marcos Damigo, a peça tem trilha sonora executada ao vivo para ajudar na ambientação histórica e na narrativa. 

“Imaginei a situação de que José Bonifácio procura a imperatriz para interceder por sua permanência no Brasil. Nessa reunião os dois têm um acerto de contas e analisam o processo de independência. Mostramos como ela tinha uma clareza muito grande do momento histórico que estava vivendo”, conta Damigo.

“Acredito que a peça cumpre a função de contar a história de uma pessoa que foi muito importante para nós. É uma obra quase pedagógica, mas que vai muito além disso no sentido de demonstrar questões muito humanas que estão presentes no dias de hoje, como a questão do reconhecimento da mulher em espaços de liderança”, sublinha o diretor.

HERANÇA HISTÓRICA
Além de valorizar o papel de Leopoldina, Marcos Damigo destaca que o espetáculo levanta a reflexão sobre a própria identidade do país.
“Nossa nação foi formada por muitos povos: os indígenas que viviam aqui e que foram dizimados, o povo africano, trazido à força para cá, e os europeus. Nunca equacionamos, por exemplo, o legado deixado pela escravidão. Sabemos que hoje em dia a população negra é a que mais sofre com a violência, inclusive a policial, e é a que tem menos oportunidades. Para termos uma nação de fato a gente precisa olhar para questões como essas e a peça acaba levantando esses questionamentos também”, afirma. 

SERVIÇO
Espetáculo “Leopoldina, Independência e Morte”, de quinta-feira a 30 de setembro (quinta a segunda às 20h, sessões duplas nos dias 16, 20, 23, 27 e 30 de setembro, às 15h e 20h), no CCBB-BH ( Praça da Liberdade, 450 – Funcionários). Ingressos R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

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