Livros com manuscritos inéditos de Cora Coralina serão lançados em 2014

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
06/07/2013 às 11:46.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:49

CIDADE DE GOIÁS – “Um pouquinho de cada vez, menino!”, repreende, em tom de brincadeira, Vicência Bretas Tahan, filha da poetisa goiana Cora Coralina (1889-1985), quando questionada sobre a razão de ainda existir tanto material inédito de uma das maiores escritoras do país. “Soltando tudo, acaba o interesse. Tem que ser pingado”, defende.   Detentora dos direitos autorais dos livros da mãe, Vicência acredita que há manuscritos suficientes para mais seis livros, entre poesias, crônicas, cartas, discursos e mensagens. Dois títulos já estão no prelo e deverão ser lançados no próximo ano, pela editora Global: “De Medos e Assombrações” e “Lembranças de Aninha”.   Cora – na verdade, Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas – teve mais livros publicados após sua morte do que em vida. “Poemas dos Becos de Goiás e Outras Estórias” (1965), sua primeira obra, ganhou as livrarias quando ela já contabilizava 75 anos. Foi a sua segunda edição, lançada em 1980, que chamou a atenção de Carlos Drummond de Andrade, que o indicou em sua coluna no jornal.   Com essa recomendação, Cora viu o interesse por sua obra crescer. Algo que ainda permanece, recebendo a admiração também da nova geração, que posta suas poesias nas redes sociais. “Ela tem uma visão positiva. Apesar de ter tido uma vida difícil, ela venceu com perseverança e otimismo. Num momento de tanta descrença nas instituições, é o exemplo maior que nos deu”, analisa.   Residente em São Paulo, Vicência está em Goiás para acompanhar a homenagem que a 15ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) presta a Cora Coralina. Aberto na terça-feira, na antiga capital goiana, o festival prossegue até amanhã, quando será anunciado o vencedor do troféu Cora Coralina de melhor filme.   Autora de “Cora Coragem, Cora Poesia”, uma biografia sobre Cora na forma de romance, Vicência ministra três palestras por mês a respeito da obra e vida de sua mãe. Aos 85 anos, carrega a mesma energia da poetisa. Na manhã de quarta-feira, enfrentou horas de entrevistas no Museu Casa de Cora Coralina, um dos principais pontos turísticos de Goiás. 

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