Sabina Spielrein é tema de biografia

Patrícia Cassese - Do Hoje em Dia
01/07/2012 às 16:22.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:14
 (Sony/Divulgação)

(Sony/Divulgação)

O mais interessante é que tudo é ainda muito recente. Apenas em 1977, durante a restauração do antigo prédio do Instituto de Psicologia de Genebra, foi encontrada, no sótão, a mala com o diário e as cartas e postais trocados por Sabina Spielrein com Sigmund Freud e Carl G. Jung.

Não que seu nome fosse até então ignorado. Mas foi a partir desta baliza que um espectro mais amplo se inteira da complexidade da vida e dos estudos da moça, retratados em filmes como “Janela da Alma” ou “Um Método Perigoso”.

A judia russa, nascida em 1885, é também o tema do livro “Sabina Spielrein – De Jung a Freud”, da alemã Sabine Richebacher (Civilização Brasileira, 434 páginas, R$ 54,90). Foi em 1999, ao ser convidada a ministrar uma palestra, que a autora passou a se interessar pela mulher que, internada em 1904, em Zurique, é tratada por Jung (com quem se envolve) com o método de Freud. O prólogo traz praticamente a cena inicial do filme de David Cronenberg (“Método Perigoso”).

Mas os capítulos seguintes fornecem detalhes que permitem ao leitor compor o quebra-cabeça Sabina. O que nos filmes é visto de passagem, ganha relevo, como a estadia no sanatório e a relação com os demais pacientes (ela diverte os companheiros com suas “viagens a Marte”, para citar um exemplo).

A vida da judia Sabina Spielrein teve um desenlace trágico: em 1942, ela é fuzilada, ao lado das filhas, Renata (28 anos) e Eva (15), em Rostov, pelas forças de Adolf Hitler. Suas ideias, expressas em estudos, conferências e artigos, principalmente sobre análise infantil, seguem norteando pesquisadores.

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