Livro 'A Lua Perdida', encanta e faz leitor viajar na história em que o satélite desaparece do céu

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
30/11/2015 às 07:59.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:08
 (Divulgação)

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Vamos colocar a imaginação para funcionar. O que você pensaria ao ver a lua, subitamente, despencar do céu? Podemos ir além e vê-la, agora, em uma pequena poça, instigando coelhos, sapos, e tartarugas, e, na sequência, sendo levada por um garoto para sua casa. E aí, vem o enigma: “Será que uma coisa deixa de existir só porque já não podemos vê-la”?

Essa é a questão que norteia o belo – dissemos belo? melhor registrar “belíssimo” – livro “A Lua Perdida”, de Jimmy Liao, que também assina as ilustrações de cair o queixo. Bem, se você achou interessante, veja o que aconteceu com o mundo sem o seu satélite: as ondas se aquietaram. O oceano se solidificou em um espelho escuro. Em suma, a Terra virou um lugar solitário, silencioso e frio. Até a nave que pousaria na Lua se perdeu, sumiu no espaço celeste.

Imagine, pois, o pânico. Parecia o fim do mundo. Mas, bem, o homem é um ser dotado de muita, muita criatividade, e eis que deram um jeito de a lua aparecer. Ou melhor, de muitas luas (artificiais) aparecerem. Muitas mesmo. Tantas, que foi necessário um caminhão para levá-las às cidades tristes e escuras.

As luas artificiais ficavam assim, expostas em vitrines, prontas para serem levadas para casa. E sabe o que mais? Essas luas eram dotadas de sorrisos.

Mas... onde foi parar a Lua verdadeira? Bem, ela estava lá, com o tal garoto, que a resgatou na poça. Vamos dizer que ele cuidou bem dela, a envolveu em uma toalha macia, entoou cantigas para ela, embalou-a delicadamente... com o tempo, ela foi se recuperando e até passou a flutuar, um pouquinho, no quarto. E a mãe desse garoto, onde fica nesta história? Veja, ela exerce um papel determinante simplesmente... não aparecendo!

Vamos entender melhor: a lua tornou-se carne e unha com o garoto, que tentava, tentava e tentava chamar a atenção da mãe, sem obter sucesso. É que ela estava sempre ocupada. O pai? Bem, o pai deste garoto solitário morava longe, ainda que falasse com o filho vez ou outra, por telefone.
A vida seguia adiante, escura, sem lua... Para minimizar o breu, a administração pública achou por bem até colocar mais postes nas ruas... Mas a mão do homem não foi suficiente para evitar mudanças climáticas muito sérias no planeta. Até neve resolveu cair em momento inusitado. Não bastasse, as pessoas começaram a ficar cada vez mais e mais agressivas.

Sem adiantar o final, o que podemos dizer é que esse é um daqueles livros que você tem vontade de agarrar e deixar sempre à vista, de tão bonito. Fica com o leitor, pois, a pergunta: a lua vai ou não vai voltar para o seu lugar de origem?

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