Livro conta história do Cine Theatro Brasil

Bernardo Pereira
14/10/2019 às 15:15.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:12
Cada participante pode se inscrever com até duas imagens, coloridas ou em preto e branco (Lucas Prates)

Cada participante pode se inscrever com até duas imagens, coloridas ou em preto e branco (Lucas Prates)

Um monumento histórico que ilumina a Praça 7 há exatos 87 anos. O Cine Theatro Brasil é tema do livro “Na cultura e na memória da cidade”, com histórias e imagens coletadas durante um ano de pesquisa.

A localização, no principal cruzamento da capital, garantiu um rico acervo para mostrar em imagens a fachada e a evolução do entorno do prédio. “Por estar em uma área privilegiada em documentação fotográfica, a Praça 7 é um cartão-postal de Belo Horizonte. Há muitos registros fotográficos da parte externa (do teatro), que revelam o dinamismo do local”, conta Vanessa Viegas Conrado, autora e pesquisadora da obra ao lado de Luciana Ferron. 

“O mais complicado foi encontrar testemunhas dos primórdios do Cine Brasil e seu funcionamento, assim como a documentação fotográfica do interior”, contrapõe Vanessa, que recorreu a diversas reportagens de jornal da época para fazer o levantamento.

História

Pensada como uma peça teatral, a sessão de inauguração do Cine Theatro Brasil acabou virando uma exibição do filme “Deliciosa”, em 14 de julho de 1932. Com capacidade para 2.500 pessoas, as duas primeiras sessões lotaram a sala com 5 mil espectadores de uma cidade carente de espaços culturais na época. 

“Os 2.500 lugares eram assentos, mas há inúmeros relatos de que muita gente sentava nos corredores ou ficava em pé”, relata Vanessa Viegas, indicando que a maior sala de cinema da capital não limitava a ocupação à capacidade oficial.

A primeira edição do livro foi distribuída para bibliotecas públicas, centros culturais, além de escolas de arte, arquitetura e engenharia. A versão digital está disponível gratuitamente em cinetheatrobrasil.com.br

Desafio para a criatividade dos arquitetos do primeiro edifício no estilo Art Decó de Belo Horizonte, o prédio abrigava um mirante que cobrava ingresso para acesso ao terraço do então arranha-céus. Multifuncional, reunia teatro, lojas comerciais no térreo e andares para escritórios, mas foram os filmes que o tornaram icônico diante da consolidação da indústria cinematográfica como entretenimento global.

Antes de ser reinaugurado em 2013, o edifício observou a partida e o retorno do Pirulito à Praça 7, experimentou o próprio crepúsculo na esteira de outras salas tradicionais como Metrópole, Palladium e Pathé, até “Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma” marcar a sessão derradeira antes de seu fechamento em 1999, ano em foi tombado como patrimônio cultural, endossado por 20 mil nomes em um abaixo-assinado.

 Editoria de Arte 

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