Livro do médium Carlos Alberto Braga Costa registra lado humano de Chico Xavier

Paulo Henrique Silva
22/05/2019 às 08:37.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:46
 (REPRODUÇÃO LIVRO/DIVULGAÇÃO)

(REPRODUÇÃO LIVRO/DIVULGAÇÃO)

Quando o médium mineiro Chico Xavier deixou a cidade natal Pedro Leopoldo, em 1959, para fixar residência em Uberaba, também em Minas Gerais, usou como justificativa a questão da saúde, uma forma de resolver dificuldades respiratórias que teimavam em não melhorar.

“Na verdade, não foi bem isso. Ele teve um problema com um sobrinho e, para protegê-lo, tratou a questão com o maior cuidado possível”, revela

Carlos Alberto Braga Costa, autor do livro “Chico Xavier – Do Calvário à Redenção”, que será lançado neste sábado, na livraria Leitura do BH Shopping.

A partir do acesso a cartas inéditas e relatos de familiares de Xavier, especialmente da sobrinha Sidália Xavier Silva, o autor conta que a mudança de cidade ocorreu após Amaury Pena acusar o tio de mistificador, o que, segundo Costa, teve grande impacto na época.

“Foi como uma bomba que estourou na família. Mas Chico tomou uma atitude extraordinária e, em momento algum buscou se defender em público, pois poderia imputar algum tipo de retaliação ao sobrinho. Foi um testemunho de compreensão a este jovem que estava doente mentalmente”, registra.

Costa é médium – psicografa, assim como Xavier – e um dos fundadores da Fraternidade de Estudos Espíritas Allan Kardec, em Belo Horizonte. Sobre o trabalho do famoso sensitivo, falecido em 2002, ele já havia escrito outros dois livros (“Chico – Diálogos e Recordações” e Prefácios e Sabedoria de Emmanuel”).

A nova publicação busca destacar o lado humano de Xavier, percebida na relação dele com a família. “Ele tinha um compromisso grande com os familiares, que foram muito importantes na preparação de Chico para o trabalho mediúnico que iria realizar. Era uma família sem recursos, muito sofrida, e um foi ajudando o outro”.

Costa sublinha que a história de Chico com a doutrina tem origem familiar, quando a sua irmã Maria da Conceição passou por uma espécie de surto psicológico e a família só encontrou ajuda após ser atendida por um casal espírita. “Foi aí que Chico também passou a receber orientação sobre a mediunidade”, afirma.

Revelações
Outros fatos inéditos referem-se à morte desta irmã, nos anos 80, “cuja complexidade levou os filhos dela a procurarem o médium em busca de consolo e conforto”. A partir das cartas psicografadas, “ela volta do mundo dos espíritos para se comunicar com a família, promovendo grandes revelações”.

Uma das filhas é Sidália, que mostra, pela primeira vez, todas essas cartas. Nelas, Costa encontrou dramas comuns a toda família brasileira, que apontam para a necessidade de repensar os valores morais. “O mais importante é ter a família unida para vencer os obstáculos”, resume.

Apesar da riqueza documental, faltavam fotos ilustrativas desta relação familiar. Costa chegou a brincar com Sidália, dizendo que bastava pedir ao titio para dar um jeito. “No dia seguinte, apareceu um homem à minha porta fazendo uma pesquisa e ele me reconheceu. Ele era da família de Chico e me trouxe um pacote de fotos”.

O livro já tem uma “continuação” para ser lançada no próximo ano. Deverá se chamar “Notícias do Além Túmulo” e reproduzirá as 13 cartas psicografadas de Maria Conceição que, juntas, resultam em mais de 200 páginas, razão para Costa dedicar um volume especialmente para elas.

SERVIÇO
Lançamento do livro “Chico Xavier – Do Calvário à Redenção” – Sábado, às 17h, na Livraria Leitura do BH Shopping (BR 356, 3049, Belvedere).

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