Livro mostra que o mundo não precisa ser sempre cinzento, frio... e com furos!

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
04/01/2016 às 08:21.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:52
 (SM)

(SM)

É um livro interessante já a partir do título: “Furos” (SM, 32 páginas, R$ 39). As apresentações precedem a explicação: temos, em cena, um Pequeno Homem – assim mesmo, sem nome – que mora em uma cidade cinza e muito fria, como tantas do mundo. O nome desta cidade também não é citado. Esse homem tem um aquário. E muitos furos. Vamos explicar: os furos estão pela casa toda, que, como podemos entender, é muito, muito simples. Também como tantas outras aí, mundo afora. Na verdade, as autoras – as francesas Cécile Bergame e Aude Léonard – nos contam que a casa é pouco maior do que um caixote. E, nela, há apenas uma mesa, uma cama, uma cadeira, um velho aquecedor (lembre-se, falamos que a cidade é muuuuito fria) e um peixe... Os furos estão em toda parte, no teto, na calha, nas meias... E também nos bolsos. Ou seja, até aqui, temos fortes indicadores da situação econômica do personagem central. Ele é pobre!

E apesar de nesta cidade cinza as pessoas não gostarem muito de conversar (e saírem pouco), ele, ao contrário, mantém altos papos com o seu peixinho dourado. Até que, um belo dia, o Pequeno Homem ouve, do seu amigo animal, um estranho pedido: “Que ele (homem) faça, no fundo do aquário, um furo”. É que o peixe quer muito, muito, ver o mar. Mas o Pequeno Homem bem lembra que, se o peixe se for, ele ficará definitivamente sozinho! E, daí, com quem vai conversar? O peixe, então, convida o sujeito a viajar com ele.

Inusitada aventura
 
E é aí que entra, nesta história, quase que um terceiro personagem: a imaginação. Pois é a partir dela que o personagem constrói, com sua toalha de mesa, um barco, para seguir o peixe nesta louca e inusitada aventura. Do furo, lá se foram eles pela corrente, chegando ao rio para, mais adiante, alcançar o mar... O peixe se esbaldou, mas o habitat do homem, claro, não é o mar. Ele, então, chega numa praia. E o que vai acontecer daí em diante, resta ao leitor descobrir.

O que podemos adiantar é que, pouco a pouco, as cores vão invadindo as páginas da obra – você se lembra, logo no inicinho falamos de uma cidade cinza! Bem, o pequeno leitor é esperto o suficiente para entender que o livro não está sugerindo a ninguém que jogue seu peixinho de aquário no mar, ou mesmo num rio. Mesmo porque, há peixes de água doce que não sobreviveriam na salgada, e vice-versa. O bacana, aqui, é pensar em metáforas. Ou seja, se o mundo nos parece frio e sem cor, por que não adicionar pitadas de fantasia no cotidiano para tornar a realidade mais prazerosa? Neste ano novo, vamos tentar?

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