Livros, filme e disco celebram Papa Francisco, mas João Paulo II ainda se faz presente

Hoje em Dia
28/11/2015 às 08:06.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:07
 (AFP Photo/Osservatore Romano)

(AFP Photo/Osservatore Romano)

A foto maior entre as que ilustram esta página mostra a visita do Papa Francisco a Nairóbi. Na verdade, o clique flagra um dos momentos mais emocionantes da cerimônia que o sumo pontífice presidiu ontem, na Igreja de São José Operário, no bairro de Kangemi. Francisco seguiu até um grupo de crianças reunidas nos fundos da igreja para dar sua bênção.
 
Sim, o argentino é um fenômeno, detentor de um carisma que, na história recente do papado, só encontra paralelo em João Paulo II. Que fique claro, nada contra Bento 16, mas sim, Francisco e João Paulo conquistaram legiões de fiéis – tanto que o segundo, mesmo passados dez anos de sua morte, segue sendo reverenciado.
 
Um exemplo? Acontece hoje, a partir das 10h, na Livraria Saramago (av. Bandeirantes, 1.764), o lançamento do livro “O Seu Nome Era Karol”, de Thiago Naves e ilustração de Cristiano Chauí. De acordo com o autor, as crianças de pouca idade, na primeira infância e para quem o livro é direcionado de modo imediato (“apenas imediato, pois a obra também visa alcançar os pais e jovens de modo mediato”) têm pouca consciência sobre João Paulo II.
 
“Até mesmo porque não o conheceram como Papa. Daí a relevância de fazermos uma obra atrativa, para que possam conhecê-lo e amá-lo por intermédio da leitura dos pais”. Para Thiago, o que mais magnetiza na figura de João Paulo II é o “sorriso inconfundível de uma pessoa que se entregou de modo feliz a Deus”.
 
Filme e livro
 
Já o primeiro livro do papa Francisco (“O Nome de Deus é Misericórdia”, Editora Piemme), baseado em entrevistas com Andrea Tornielli, do jornal La Stamp[/TEXTO]a, será lançado em 12 de janeiro, em seis idiomas (português incluso).
 
Antes, já no próximo dia 3, os cinemas da Itália recebem “Me Chame de Francisco”, do italiano Daniel Luchetti, que mostra a vida de Jorge Bergoglio nos anos da ditadura militar (1976-1983) na Argentina.
 
O filme, de 98 minutos de duração, narra a história de Bergoglio do início de sua vida sacerdotal à eleição ao Trono de Pedro, em 2013, quando ele aparece pela primeira vez no balcão de São Pedro, com uma simples cruz de ferro, dizendo “Boa noite”.
 
A obra conta suas experiências como professor, seu namoro, sua passagem ao sacerdócio, a convicta defesa dos pobres e, sobretudo, suas decisões – algumas bem difíceis. Entre elas, o filme relata sua vivência como padre provincial dos jesuítas argentinos durante os anos da repressão militar, quando centenas de opositores eram presos, torturados e assassinados nos terríveis “voos da morte”.
 
- O disco “Pope Francis: Wake Up!”está disponível na plataforma de streaming Deezer. Trata-se de uma coletânea de 11 faixas com antífonas e hinos sagrados repaginados por compositores e músicos contemporâneos com a voz do Papa Francisco
 
ENTREVISTA
 
Confira, a seguir, trechos do bate-papo com o autor de "O Seu Nome Era Karol", Thiago Naves.
 
Vi que você se empenhou bastante no seu trabalho pré-escrita, inclusive com visitas à Itália (melhor dizendo, ao Vaticano, no caso)... Encontrou as portas abertas nesta empreitada? Teve que lidar com algum entrave burocrático?

Tanto na Canonização de João Paulo II como na Cracóvia, Polônia, fomos muito bem recebidos e tivemos amplo acesso ao que precisávamos em termos de pesquisa. O importante da viagem à Polônia era que o artista Cristiano Chauí pudesse ver com seus próprios olhos onde João Paulo foi formado e se transformou, ao longo da vida, em um líder, que depois foi alçado na global condição de Papa. Já a Canonização em Roma serviu como visão universal de quanto as pessoas de todo o mundo o amam, todas as raças e cores juntas, milhões de pessoas para venerá-lo.
 
O que você mesmo descobriu sobre João Paulo II, e que teria reforçado ainda mais o seu apreço por Karol?
Karol era um homem diferenciado. Nos surpreendeu bastante, por exemplo, encontrar várias referências a ele em Auschwitz, o Campo da Morte perto da Cracóvia. Ele fez visitas àquele local sombrio e deixou marcado o sinal da reconciliação, ou seja, de que é possível começar de novo mesmo em situações tão cruéis como aquela. Além disso, ele foi o responsável pela Canonização de São Maximiliano Kobe, que foi martirizado em Auschwitz. SMK trocou sua vida pela de um prisioneiro que havia sido escolhido para morrer pelos nazistas. Todos esses pequenos detalhes da vida de João Paulo II, em somatório, são impressionantes.
 
Já tem ideia do segundo nome a ser focado?

Sim, nossa próxima obra se chamará "Porque me chamo Francisco" e fará um paralelo entre a figura de S. Francisco de Assis e o Papa Francisco, para as crianças.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por