Lucas Magalhães, Plural, Jardin e Apartamento 03 se apresentam no MW

Lady Campos - Do Hoje em Dia
23/11/2012 às 13:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:33
 (AGÊNCIA FOTOSITE)

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Reza o ditado que mineiro não perde o trem. Pelo jeito, nem desfile. Com pontualidade britânica, as apresentações do terceiro dia da 11ª edição do Minas Trend Preview (MW) começaram exatamente no horário marcado, às 21 horas. O saguão do prédio da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte serviu de passarela para as marcas Lucas Magalhães, Plural, Jardin e Apartamento 03 apresentarem suas coleções do inverno 2013. Diferentemente de outras edições do evento em que os desfiles se concentraram no Expominas, local onde expositores negociam seus produtos de moda (roupa e acessórios), dessa vez as apresentações aconteceram em diferentes locações da cidade. Hoje, o estilista Victor Dzenk encerra a temporada com desfile agendado para as 20 horas no Café de La Musique. Convidados, amigos, além de autoridades como o prefeito Marcio Lacerda e a secretária de Cultura de Minas Gerais, Eliane Parreiras, marcaram presença na noite de ontem.

Jovem talento da moda mineira, Lucas Magalhães mostrou seu trabalho primeiramente na passarela do Prêmio Moda Hype, apresentado juntamente com o Fashion Rio, e desde a temporada passada integra o line up do MW. Com foco nas texturas de matérias-primas rústicas e tecnológicas, o estilista criou a coleção "Prisma". 

"Dia desses estava olhando alguns vinis antigos e, no meio deles, me deparei com o disco do Pink Floyd, aquele onde a capa é um prisma…Aquela imagem ficou fixada na minha mente que resolvi pensar mais sobre ela", disse Lucas, justificando o tema. Na passarela, foi a imagem de cowgirls modernas que marcaram presença, com modelos exibindo saia com modelagem sereia ou lápis combinada com camisa e maxibota de camurça da marca gaúcha Cristófoli. O estilista também trabalhou bases de algodão e resinado que lembra couro, agregando ainda franjas que decoram camisas a coleção. Os vestidos reaparecem minimalistas e com recortes que misturam algodão e couro. Já o desenho do prisma foi impresso em tamanho pequeno como detalhe nas peças ou grande decorando frente das blusas. 

O apelo de conforto inspirou a criação de "Fragmentos Urbanos", nome da coleção inverno 2013 da Plural. Com sete anos de mercado, a marca que tem na equipe de estilo Gláucia Fróes e Letícia Leão elegeu o moletom para recriar parkas, jaqueta perfecto, calça-pijama, vestidos e blusões oversize. O brilho lurex e a estamparia abstrata, mas que faz alusão à geometria da cidade, permitiram uma nova leitura para o básico tecido. Em outra vertente, o couro ecológico preto e com aspecto de matelassê emprestou ares urbanos, juntamente com linho metalizado e jacquards, em conjuntos de saia e jaqueta. O look minimalista da Plural foi reforçado com os sapatos chamados de creepers (usados por soldados durante a 2ª Guerra Mundial) e desenvolvidos pela empresa mineira Esdra.

A estilista Bárbara Renault encontrou no estudo da morfologia das asas de insetos a dinâmica e o equilíbrio de formas geométricas necessários para conceber a coleção de inverno 2013 da Jardin. Mangas, golas e outros recortes da roupa foram trabalhados com diferentes tonalidades de preto, off white, cinza e cru, além de mix de texturas. Para sinalizar a influência da morfologia dos insetos, Bárbara contou com acessórios em formato de asas e em acrílico desenvolvidos pela Aramez. Em tamanho maximizados, eles brincaram por ombros e cabeças das modelos. A silhueta de inverno da Jardin é próxima do corpo, exemplo do vestido-tubo em couro matelassado, da legging de veludo molhado e até mesmo no conjunto de calça e blazer em tweed. Mas o que mais chama a atenção são os recortes quem emprestaram certa dose de futurismo às peças.

Para fechar com chave de ouro os desfiles do penúltimo dia de MW, a marca Apartamento O3, de Luiz Cláudio Silva, mostrou a top Viviane Orth no primeiro look da coleção: um macacão branco talhado de alfaitaria e de parar o trânsito. Inspirado na história da francesa Amandine Aurore Luciele Dupin, que travestia-se e usava pseudônimo de George Sand em pleno século 19, o estilista ancorou seu trabalho na mais fina elegância de inverno. Ao contrário do que poderia sugerir, a coleção é impactante e ultrafeminina, apesar de apresentar casacos, calças e blazers herdados do guarda-roupa masculino. 

Mantendo-se fiel à tradição de reconstruir artesanalmente tecidos e texturas, Luiz Cláudio revitalizou o drapping, técnica inventada por Madame Grés, transformando os drapeados elaborados à mão em alfaiataria marcada por recortes enviesados. As peças desenvolvidas em jacquards, seda e lã apresentaram bordados de canutilhos localizados, recriando efeitos ora sobre o preto, ora sobre o branco, únicas cores utilizadas na coleção. Destaque para o casaco branco com ombreiras e cristais e os últimos vestidos do desfile, ambos recobertos por leques de paetês que mais lembravam um fios encaracolados de telefone.
 

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