Luiz Ruffato retoma livro sobre troca de cartas

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
24/04/2016 às 15:35.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:05
 (Tadeu Vilani/divulgação)

(Tadeu Vilani/divulgação)

Embora “De Mim Já Nem Se Lembra” seja de 2007, o título chega às lojas com ares de novidade. Na época em que foi desenvolvido, Luiz Ruffato havia recebido uma encomenda da Editora Moderna para fazer uma obra dedicada aos estudantes do programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA).

“Acontece que eu nunca escrevi um livro pensando um público-alvo específico”, lembra Ruffato, lembrando que a obra foi entregue nas escolas, mas não havia sido vendida em livrarias – atingindo aqueles que já o conheciam por “Eles Eram Muitos Cavalos” e “Inferno Provisório”.

Em 2012, uma editora portuguesa se interessou por lançá-lo e Ruffato fez umas pequenas alterações em “De Mim Já Nem Se Lembra”. Essa edição ampliada e definitiva de quatro anos atrás finalmente chega ao Brasil, dessa vez pelas mãos da Companhia das Letras – com direito a lançamento na capital mineira por meio do “Sempre um Papo”, na segunda-feira (25).

Enredo

Trata-se de um romance epistolar – contado a partir de cartas de um personagem – que registra as mudanças políticas, econômicas e culturais no apogeu da ditadura no Brasil.

Mais uma mostra de como a forma é algo que Ruffato leva muito em consideração em sua obra. “Na literatura, o que mais me interessa não é a história a ser contada, mas a forma que alcance algum tipo de transcendência”, afirma o escritor nascido em Cataguases. “A forma e o conteúdo para mim são a mesma coisa, não consigo separá-los”.

Exterior

Ruffato é hoje um dos escritores brasileiros de maior visibilidade internacional. Tem 25 livros lançados em 11 países e é colunista do espanhol El País. Somente “Eles Eram Muitos Cavalos” saiu em nove países.

Mesmo assim, foi cortado das listas oficiais do governo brasileiro em eventos literários mundo afora. O motivo está no polêmico discurso feito em Frankfurt, em 2013, quando o Brasil era o homenageado.

“Apesar dessa perseguição, nunca me coloquei contra o Governo brasileiro. Me posicionei contra o Estado brasileiro”, afirma o escritor, acrescentando que deixa claro seu posicionamento solidário à presidente Dilma. “Sempre fui contrário ao impeachment”, completa.

“Sempre um Papo” com Luiz Ruffato na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537, Centro), segunda (25), às 19h30. Entrada franca

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