(Dani Gurgel)
Uma das mais elogiadas vozes brasileiras da atualidade, Mônica Salmaso nunca disfarçou o entusiasmo em dividir os louros de uma apresentação com componentes de uma orquestra. “Muito cedo tive essa experiência linda”, diz ela, que repete o feito nesta quinta-feira (30) e sábado na capital mineira– no caso, na série “Sinfônica Pop”, na qual será recebida pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
“É um presente muito grande”, diz ela. A paulistana relembra o ano de 1993, quando foi convidada, pelo pianista Nelson Ayres, a participar da montagem de “O Grande Circo Místico”. “Na época, tinha medo de errar”, confessa. “Só pensava quando teria outra oportunidade”.
Em boa companhia
A parceria com Ayres, aliás, registra outros capítulos não menos dignos de nota. Logo depois, veio o disco “Noites de Gala, Samba na Rua” – e muitos outros trabalhos. “Temos um convívio musical bastante longo”, afirma Mônica, que, sim, estará acompanhada por Ayres também em BH, nesta quinta-feira e sábado.
As canções que integram o repertório foram pinçadas de um material de orquestração feito para Mônica Salmaso. “Esse material, construí ao longo da carreira, são músicas próprias para a minha voz. Mas vamos temperar com outras coisas que ainda não cantei”, registra a intérprete, que chegou antecipadamente à cidade, para ensaiar com a orquestra.
villa-lobos abre a noite
Peças instrumentais de Villa-Lobos abrem a noite. Entre as canções populares, o repertório traz “Anos Dourados”, “Camisa Amarela” e Ciranda da Bailarina”, dentre outras. Algumas das composições falam mais alto à alma de Salmaso, como “Valsa de Eurídice”, “Sentimental”, “Olha Maria” e Tim-Tim por Tim-Tim”. “São canções que já gravei e têm um colorido especial. Se deixar, cito o repertório todo”, brinca a intérprete, que também está em turnê com “Corpo de Baile”, no qual interpreta músicas de Guinga e Paulo César Pinheiro compostas na década de 70.
É pertinente lembrar que a maioria das canções de “Corpo de Baile” era inédita, e os arranjos foram assinados por nomes de calibre, como Dori Caymmi e, mais uma vez, Ayres. “É um show no qual há nove feras comigo, no palco. Um timaço. Estou doida para vê-lo no Palácio das Artes”, registra ela, referindo-se à data já marcada para voltar à capital mineira: dias 19 e 20 de setembro. “É um show que tem muito de Minas. Aliás, me sinto muito bem acolhida aqui. Não posso vir a BH e não ir ao Mercado Central, por exemplo. Fiquei muito feliz por poder passar essa semana toda na cidade”.
“Sinfônica Pop” – O projeto convida Mônica Salmaso. Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro). Nesta quinta-feira (30) e sábado, às 20h30. R$ 40 e R$ 20 (meia)
“Poder tocar com uma orquestra é motivo para agradecer muito”