Música instrumental toma as ruas na 17ª edição do Savassi Festival

Bernardo Almeida
09/08/2019 às 08:40.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:55
 (Divulgação / Flávio Charchar)

(Divulgação / Flávio Charchar)

A música instrumental ganha as ruas de BH no fim de semana, durante o encerramento da 17ª edição do Savassi Festival, que já virou tradição no calendário cultural da cidade. Com shows gratuitos de jazz e choro, performance dentro da série Concertos no Parque e programação dedicada a crianças na praça Floriano Peixoto, chegam ao fim os 17 dias do projeto, que teve como novidade neste ano a inauguração do Clube de Jazz.

Inspirada nas tradicionais casas de show de jazz, a ideia é oferecer um espaço informal em que a música seja protagonista, mas com serviços de bebida e comida durante as apresentações. O local escolhido foi o salão de eventos do restaurante Salumeria Central, que vem recebendo shows desde 26 de julho e terá mais duas atrações, hoje e amanhã. 

“Procurei um lugar que capturasse o astral boêmio, onde os músicos frequentem normalmente. Além disso, que também fosse pequeno, porque a proximidade do artista com o público é importante para criar a atmosfera. E, ainda, tecnicamente capaz de garantir a qualidade dos equipamentos e sons”, explica Bruno Golgher, produtor do Savassi Festival desde 2003. 

Dentre os clubes que conheceu mundo afora, ele destaca três: o Smalls Jazz Club, em Nova York, o Hot Clube de Portugal, em Lisboa, e o Ronnie Scott’s Jazz Club, em Londres. “É uma espécie de teste que pretendo que exista em todas as edições e possa ser realizado independentemente do festival, em outros espaços”, diz Golgher, que também é dono do Café com Letras e, não por acaso, convidou como atrações do primeiro dia Chico Amaral e Juarez Moreira, dois músicos que se apresentam por lá desde os primórdios da casa, aberta em 1996.

Atrações

Os mais de 80 shows devem receber cerca de 20 mil pessoas na rua, parques, teatros, bares e restaurantes da capital, além do Jardim Canadá, em Nova Lima. Outra novidade é que o palco da Savassi, amanhã, será destinado exclusivamente a mulheres instrumentistas. O público feminino também conduzirá uma das principais atrações, o tributo à cantora Nina Simone. Tal incumbência caberá à dupla Ellen Oléria e Alma Thomas – elas se conheceram em 2012 no programa “The Voice”.

As cantoras trarão clássicos como “Feeling Good” e “Sinnerman”. “Contextualizamos contando um pouco da luta dela pelos direitos civis da população negra nos EUA. O momento mais marcante é quando cantamos ‘Mississippi Goddam’”, conta Alma, nascida em Nova York. 
A música, que pode ser traduzida como “maldita Mississippi”, foi lançada em 1964, composta em cima de dois atentados em 1963: o assassinato do ativista Medgar Evers e o ataque a bomba da Klu Klux Klan que matou quatro meninas negras em uma igreja.

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