Música para todos: projeto chama a atenção pelo método de ensino e ganha as redes sociais

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
10/09/2020 às 06:43.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:30
 (OFICINA DE MÚSICA/DIVULGAÇÃO)

(OFICINA DE MÚSICA/DIVULGAÇÃO)

O professor Max Barbosa chegou a pensar que as aulas extracurriculares de música para os alunos do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) não reuniriam interessados, até porque elas aconteceriam no ingrato horário do almoço. Três anos depois, o projeto não só cresceu dentro da escola, como também estimulou alunos a investirem em seus talentos musicais.

Bruna Rezende Silva, de 16 anos, é um exemplo disso. Ou melhor, Muna Rezzi, o nome artístico que estampa a capa da música composta por ela no Spotify. O projeto “Oficina de Música” foi importante para ela desenvolver o lado compositora. Com a maior experiência musical, passou a integrar a equipe de coordenadores.

Bruna começou a repassar técnicas vocais para os novatos quando a pandemia interrompeu o projeto. Mesmo em casa, os participantes deram um jeito de continuarem estudando música, de forma virtual. “Já estávamos abordando a MPB, nas aulas presenciais, e criamos uma página no Instagram para falar dos músicos que mais gostamos”, registra Bruna. 

Criador do projeto, o músico e artista plástico Max Barbosa participou de diversas exposições coletivas, incluindo um vídeo em exposição internacional no CICA Museum (Coreia do Sul), além de duas individuais

Assim como as aulas de música de Barbosa, a ação virtual também teve uma adesão inesperada. Hoje, a página, que começou sendo acompanhada por alunos e pais, é seguida por pessoas não ligadas à escola e até pelos artistas citados nos posts. “A gente pensa que os artistas estão longe, mas algo simples como esta página mostra exatamente o contrário”.

Atualmente afastado do “Oficina de Música” para se dedicar a uma tese de doutorado, Barbosa comemora o resultado, que replica um método que ele adotou em sua carreira como músico. “Adaptei à oficina um processo de ensino coletivo, criado agrupamentos de alunos em que um vai ensinando aos outros, independentemente da idade e do ano que estuda”.

Criação
Professor de artes no IFMG, Barbosa incentiva os alunos a não apenas reproduzirem o que já sabem, exercitando o ato da criação. “Mesmo que não tenham muito conhecimento sobre o assunto, após uma introdução eles já se envolvem, saindo muita coisa legal”, assinala Barbosa, que, em sua carreira, sempre buscou fazer a intersecção da música com outras mídias.

Técnico de assuntos educacionais no Instituto, José Marcello Giffoni tomou o lugar de Barbosa na coordenação da “Oficina de Música”. A criação da página no Instagram não deixa de ser um prolongamento do que os alunos estavam vendo em aula antes da pandemia. “Sou um curioso no violão e gosto muito de MPB. O conceito desse estilo vai muito além, influenciando diversos artistas”.

Na rede social, nomes como Seu Jorge, Djonga, Jota Quest e Skank se misturam a Mauricio Pereira, Pixinguinha, Carmen Miranda e Cartola. “A experiência acumulada com esta pesquisa na rede social levará os alunos a outro patamar quando as aulas presenciais forem retomadas”, aposta Giffoni.

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