'Palavra e Som' traz canções que desvendam o atual momento de Joyce Moreno

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
02/06/2017 às 17:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:17
 (Leo Aversa/Divulgação)

(Leo Aversa/Divulgação)

Uma das grandes pérolas vocais da música brasileira, Joyce Moreno acaba de dar cria a mais um disco de inéditas. Aos 69 anos, a cantora e compositora carioca lança “Palavra e Som”, disco que traz 13 faixas autorais, quase todas compostas apenas por Joyce, pinçadas num baú repleto de composições autorais acumuladas ao longo de mais de 30 anos de carreira.

“Eram muitas as músicas inéditas. Eu componho compulsivamente, sozinha ou com parceiros. Então, a produção é sempre muito grande”, afirma a artista, em entrevista ao Hoje em Dia. “Acabei optando por aquelas que tinham coisas que eu gostaria de dizer nesse momento. E por isso mesmo a maioria das canções tem letra e música minhas”, pontua.

Mas as faixas se amarram, de alguma forma, temática ou musicalmente? “A grande ligação que existe entre as canções é que são todas minhas. Cada uma delas representando uma fatia do meu pensamento atual”, sublinha Joyce, exemplificando alguns temas caros a seu atual momento de vida. “Existe a canção falando do feminismo moderno (‘Forrobodó das Meninas’), existe a canção que fala do amor romântico (‘Mar e Lua’) e a que fala do amor abusivo (‘O Amor é o Lobo do Amor’). Existe a canção que fala do momento político (‘Sambando no Apocalipse’). E também canções que falam da música em si, das influências e métodos de criação. Tudo isso são assuntos que me interessam no momento”, explica.

Joyce lembra que, entre as 13 faixas, as únicas não assinadas somente por ela são três parcerias com três importantes nomes do cancioneiro tupiniquim: Torquato Neto (“O Poeta Nasce Feito”), Paulo César Pinheiro (“Casa da Flor”) e João Cavalcanti (“Dia Lindo”). “Cada um desses parceiros representa um momento e uma importância dentro do todo. A participação do Dori Caymmi na faixa ‘Dia Lindo’ também foi comovente para mim”, relata a cantora.

Sucesso de vendas em países como o Japão, Joyce afirma que o disco também surgiu de uma vontade pessoal de intercalar trabalhos de composição aos de intérprete. “Existe uma demanda muito grande por lançamentos novos meus no exterior, e eu sempre preciso de um tempo entre um CD autoral e outro. Mas os autorais são meu grande xodó”, afirma, reiterando que “Palavra e Som” é um disco que a representa. “É muito eu. Meu pensamento musical, meu pensamento em relação ao que eu vejo ao meu redor”, afirma. 

“Da mesma forma que as letras, dez delas escritas apenas por mim, esse pensamento musical meu também se reflete nos arranjos que fiz para as canções. Então, o disco é basicamente isso: uma declaração muito pessoal minha”.

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