Muitos músicos fariam qualquer coisa em nome da oportunidade de tocar ao lado de Elomar Figueira Mello. Pois bem, cinco profissionais mineiros tiveram uma oportunidade que supera a experiência no palco. Primeiramente, participaram da confecção de “Elomar Cancioneiro” – publicação composta por 49 partituras de sua obra e muitas outras informações. Depois, puderam circular pelo país ao lado do ídolo em show homônimo ao projeto, que chega nesta sexta-feira (17) ao Teatro Bradesco.

O projeto partiu das irmãs Leticia e Marcela Bertelli. “Havia um desejo de muito estudantes de música de ter uma publicação sobre a música de Elomar”, explica Marcela, coordenadora do projeto. “Há uma admiração mútua entre Minas e Elomar. Em sua fazenda, há, na porta, uma placa na qual está escrito Teatro-Escola Lírica Mineira. Não precisamos convencê-lo de fazer o trabalho com mineiros. Ele já possuía um grande respeito pela música feita aqui”.

Se a publicação partiu dos músicos mineiros, a ideia de reunir todos os envolvidos no projeto em um show partiu do próprio Elomar, de 76 anos. “Ele se sentiu muito feliz e realizado com o livro e quis trabalhar mais com o grupo. Partiu dele a vontade de viajar com o show. E o mais interessante é que mostramos na prática a importância do livro, porque a partir dele pudemos trabalhar novos arranjos”, afirma Maurício Ribeiro, um dos violonistas envolvidos na transcrição da obra. João Omar, filho de Elomar, também participa do projeto e sobe ao palco neste fim de semana.

“Já éramos fãs de Elomar. Foi um trabalho árduo, mas muito prazeroso, fazer as transcrições das músicas. Para nós, foi como ganhar na loteria. Já os outros músicos vão poder contar com um legado de um material tão bem descritivo sobre a obra do Elomar”, conta Ribeiro, explicando ainda que os outros shows feitos com Elomar tiveram lotação máxima. “Ele tem fãs no Brasil inteiro por sua unicidade. Não consigo compará-lo a ninguém”.
 

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