“Se você bobear eu vou te encher de birinight (...) Depois eu tiro sua roupa, te amo sem você ver”. Estes são alguns versos de “Vou Te Encher de Birinight”, uma composição do polêmico músico paulista Rafael Castro. Apologia ou crítica aos homens que embriagam mulheres para sexo fácil?
Tal letra causou constrangimento em uma apresentação do artista no campus da USP, culminando em uma “Moção de Repúdio às Músicas Opressoras de Rafael Castro”, feita pelo DCE da universidade. Em carta, os estudantes escreveram “não somos a favor da apologia ao estupro ou de xingamentos homofóbicos”.
A jornalista mineira Helen Murta, integrante do projeto TV Queijo Elétrico, saiu em defesa de Rafael e escreveu uma resposta ao texto do DCE da USP. “Acho que o humor de Rafael Castro é inteligente demais para quem escreveu o texto”, disse a moça, em um post apagado pelo DCE da USP. Ela escreveu dois textos, mas nenhum deles permaneceu na página.
Culpa e vícios
Castro escreveu uma nota cheia de ironia em sua página do Facebook, encerrando-a assim: “Temos uma tragédia sobre culpa, vícios, moral, sexualidade, ética e fraquezas contada de um jeito bem humorado através de um protagonista ‘caricaturizado’. Ele pode ser vilão, ele pode ser doente mental e oprimido, ele pode ser o demônio encarnado, mas ele tá dentro de uma obra de arte e arte é nóis”.
O músico Pélico saiu em defesa de Rafael Castro. “É um dos melhores cronistas da nossa música popular brasileira e tentar repudiá-lo por contar uma história é de uma cafonice intelectual sem tamanho. Se você, da reclamadoria, não percebe a sutileza de uma denúncia e prefere a felicidade artificial, ouvir coisas bonitinhas e tal, contratou o artista errado, ele não faz ‘Rivotril Music’, ele bota o dedo na ferida”. (CO) l