Maquiagem e figurinos são aspectos que ganham relevo nas apresentações dos grupos Celtic e Awen

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
02/10/2014 às 08:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:26
 (THE CELTIC SONGS)

(THE CELTIC SONGS)

Carolina Valverde trocou o saxofone pelo bodhran para realizar o sonho de tocar música celta. “Foi amor à primeira vista”, afirma a integrante do The Celtic Songs. Há um ano e meio, a moça semanalmente toma aulas com um professor de São Paulo, provando, como ela mesmo diz, que o instrumento não tem nada de fácil.

“Muita gente acha que é moleza. É só ir lá e ficar batucando. Há uma técnica toda especial”, frisa Carolina. O bodhran é uma espécie de “surdo”, feito de pele de cordeiro e responsável por marcar o passo das melodias. É com esse instrumento que ela se apresenta também no Awen, dedicado igualmente à música celta.

Enquanto o TCS tem dez integrantes, como pianista e harpista, o Awen é um trio. Apesar de algumas diferenças sonoras (o Awen reforça mais o lado folk), os dois grupos têm em comum a sofisticação de seus espetáculos. Criado há três anos, o TCS é uma “oportunidade de explorar a música celta sonora e teatralmente”, nas palavras de Helen Isolani, que também se apresenta com o Awen.

No primeiro, há espaço até mesmo para leituras de poesias de autores como Willian Bluter Yates, Dylan Thomas, Elizabeth Barrett Browning, Robert Burns e Thomas Moore. “Tanto a música como a literatura têm uma ligação com mitologia, como o herói conquistador e o patriotismo muito forte”, assinala Helen.

 

INSPIRAÇÃO

Em gaélico, Awen quer dizer inspiração. O repertório do grupo vai de canções a capela, em gaélico irlandês e escocês, a “humor songs” e lamentos. “É celta, mas com outro tipo de entonação e informação. É o que torna o nosso trabalho tão enriquecedor. É como dois lados de uma moeda”, resume Helen.

A vocalista escuta música irlandesa desde criança e, após formar-se em canto lírico, quis levar essa vivência para o seu trabalho. “Decidi fazer isso de forma técnica e mais correta possível”, registra Helen, que, além de soltar a voz, toca flauta irlandesa e piano.

O rápido retorno do público nesse pouco tempo de estrada é o que mais anima Carolina. “Os shows lotam porque as pessoas querem ver algo diferente. Além de um som muito específico, oferecemos um espetáculo visual que não conheciam, preocupando-nos com maquiagem e figurino”, analisa Carolina.
 
Encontros mensais servem de estímulo

“É como se você estivesse num pub, tomando uma cervejinha e comendo um aperitivo, enquanto toca ao lado de outros em volta de uma mesa”, sintetiza Gabriel Moraes, violoncelista que passou a acompanhar a música irlandesa no “Irish Session”. As participações no Cantim Noir serviram de estímulo para ele deixar de ser apenas um apreciador desse estilo. “Escutava desde a adolescência, só não tocava”, lembra Moraes, que trocou o violoncelo pelo bandolim – instrumento mais apropriado – nas “sessions”.

O músico concorda que a cantora Enya contribuiu para recrudescer o interesse pelo gênero em Minas, mas ressalta que a irlandesa explorava o estilo de forma mais abrangente. “Era uma música de fantasia, em que se pegava um estilo ou tema e inventava outra coisa”, avalia.

Integrante da Orquestra 415 de Música Antiga e professor de violoncelo numa igreja protestante, Moraes ressalta as diferenças entre as músicas celta e irlandesa. “No Cantim, tocamos a irlandesa, que tem um sotaque, uma forma de interpretação diferente”, compara.

Os encontros resultam em apresentações basicamente instrumentais. “É como uma roda de choro. E é muito bom tocar o bodhran do jeito que era tocado no lugar de onde veio”, destaca Carolina Valverde, outra habitué e estimuladora do “Irish Session”. A próxima edição, aliás, será nesse sábado, a partir das 18h. Para quem é músico e não participou das sessions anteriores, as tunes (partituras) podem ser acessadas no link: facebook.com/groups/596373083764902/?fref=ts.

Confira o clipe da banda The Celtic Songs:


 



 

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