Todo folião que se preze já sabe que o Carnaval entrou de vez para o calendário de Belo Horizonte. Mas nem os mais otimistas poderiam prever que um dos catalisadores da festa, as marchinhas, cresceriam tanto em importância.
Em 2012, o Concurso Mestre Jonas deu largada à folia. Agora, além dele, a capital recebe a segunda edição do Concurso Mineiro de Marchinhas, Samba-Enredo e Carnaval. Juntos, os prêmios chegam a R$ 35 mil.
Na primeira edição, o Mestre Jonas teve cerca de 50 inscritos. Este ano, foram mais de 260. As letras tratam do pau de selfie ao escândalo do Petrolão, passando por água, calor, amor e sexualidade.
“É um crescimento assustador. À época, eu só queria contribuir para a criação de uma trilha sonora original de BH. Não imaginava que as marchinhas significariam tanto”, diz Kuru Lima, idealizador do concurso.
Ainda que a diversidade seja o grande mote dos bloquinhos, cada um tem a própria marchinha.
“BH conta com compositores e instrumentistas muito talentosos, e para se fazer uma marchinha é preciso excelência. A construção musical tem que ser brilhante. Por isso, o sucesso é tamanho: todas são muito boas”.
Construção coletiva
Segundo Henrique Chaves, idealizador do Concurso Mineiro, mais do que coincidir com um momento de retomada do Carnaval, a produção de marchinhas em BH serve de canal para dar vazão ao imaginário coletivo.
“O envolvimento de artistas faz parte do Carnaval. Este ano, com a entrada dos sambas-enredo, acreditamos que mais agentes culturais e pessoas estarão envolvidas nessa construção coletiva”, diz.
Entre 2012 e o ano passado, marchinhas como “Na coxinha da madrasta”, “Imagina na Copa” e “Baile do Pó Royal” foram as grandes estrelas do Carnaval belo-horizontino. O que 2015 reserva para os foliões, só o próximo Carnaval irá nos dizer.

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