Maria Alice Vergueiro, grande nome do teatro que ganhou fama nacional há dez anos com o curta-metragem “Tapa na Pantera” – um dos primeiros fenômenos do YouTube entre os brasileiros –, é a grande homenageada do circuito “Palco Giratório” 2016.

Seu grupo de teatro, Pândega, foi escolhido para abrir a programação do festival, com duas apresentações no Grande Teatro do Sesc Palladium – quinta e sexta-feira, com entrada franca.

Com caminhos dramáticos happening (sem enredo), “Why the Horse?” foi construído coletivamente a partir de uma provocação de Maria Alice sobre a nossa visão sobre a morte.

Após passar um tempo internada no hospital por conta de uma infecção em uma prótese colocada em um joelho, a atriz viu a importância de se estudar a relação do homem com a morte, mergulhando em textos de mestres que abordaram o assunto – como Samuel Beckett e Hilda Hilst.

“Sempre tive vontade de morrer em cena”, diz Maria Alice, de 81 anos, sobre como começou a se interessar pelo tema da morte. “Estava lendo o ‘Livro Tibetano do Viver e do Morrer’ e ele mostra como é possível viver e aceitar a morte, compreender que a morte é seu momento crucial, um estado sui generis. Já tive medo da morte, hoje não tenho mais”.

Coletivo

Depois que a artista levou a provocação para o grupo, começou um processo coletivo de construção, que contou com muitas reuniões e contribuições de atores e pesquisadores mais jovens.

“Sempre achei interessante ter um grupo para organizar a parte criativa, de forma que todos têm opinião. Interessante como se lida com a parceria de forma horizontal”, afirma Maria Alice, que trabalhou no Teatro Oficina (participando da histórica montagem de “O Rei da Vela”) e foi fundadora do Teatro Ornitorrinco.

Ela conta que os jovens se aproximam dela com frequência e o público que teve contato com “Tapa na Pantera” é especial. “Não é aquele público de televisão, que quer autógrafo. É um pessoal interessante”, garante.

“Why the Horse?”, do Grupo Pândega de Teatro, no Grande Teatro do Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420). Nesta quinta e sexta, às 21h. Ingressos gratuitos na bilheteria do teatro, 2h antes de cada sessão

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