Marielle Franco será homenageada pela Mangueira no Carnaval de 2019

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
14/10/2018 às 16:14.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:57
 (Redes Sociais/ Divulgação)

(Redes Sociais/ Divulgação)

No carnaval de 2019, a Estação Primeira de Mangueira homenageará Marielle Franco, ex-vereadora na cidade do Rio de Janeiro que foi executada em abril deste ano na região da Lapa. O anúncio foi feito nesse sábado (13), com a divulgação do samba que vai embalar o desfile da agremiação na Marques de Sapucaí. 

A escola tem como enredo para a folia ‘História pra ninar gente grande’. A ideia é resgatar fatos que marcaram, positivamente e negativamente, a história do Brasil. Em um dos versos do samba produzido, a vereadora é citada em um pedido para que as vozes das Marias e Marielles sejam escutadas. 

"A proposta é questionar acontecimentos históricos cristalizados no imaginário coletivo e que, de alguma forma, nos definem enquanto nação. Essas ideias de 'descobrimento, 'independência' e 'abolição' postas em cheque ou questionadas para possibilitar o entendimento do desprezo pela cultura nacional e as razões de uma sociedade pacífica ou, porque não, passiva", explicou Leandro Vieira, carnavalesco da escola.

Nas redes sociais, Tomaz Miranda, um dos sambistas da Estação Primeira de Mangueira, comentou sobre a homenagem à Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes, que trabalhava com a parlamentar e também foi assassinado. “Fomos campeões na Mangueira. Pela memória de Marielle e Anderson e toda luta que ainda virá. São verde e rosa as multidões”, postou. 

Confira o samba, na íntegra: 

“Brasil, meu nego deixa eu te contar;

A história que a história não conta;

O avesso do mesmo lugar;

Na luta é que a gente se encontra.

Brasil, meu dengo a Mangueira chegou;

Com versos que o livro apagou;

Desde 1500, tem mais invasão do que descobrimento.

Tem sangue retinto, pisado;

Atrás do herói emoldurado.

Mulheres, tamoios, mulatos;

Eu quero o país que não tá no retrato.

Brasil, o teu nome é Dandara;

Tua cara é de Cariri;

Não veio do céu nem das mãos de Isabel;

A liberdade é um Dragão no mar de Aracati;

Salve os caboclos de Julho;

Quem foi de aço nos anos de chumbo;

Brasil chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles e Malês.

Mangueira, tira a poeira dos porões;

Ô, abre alas;

Pros seus heróis de barracões;

Dos Brasis que se faz um país de Lecis, Jamelões.

São verde e rosa as multidões”

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