Martinho da Vila é homenageado no projeto "Sambabook" com "Discobiografia"

Elemara Duarte - Hoje em Dia
20/05/2013 às 08:17.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:49

"Martinho da Vila: Discobiografia" descreve em livro a vida de Martinho José Ferreira, 75 anos, por meio de seus discos. A publicação chega às lojas juntamente com dois CDs e um DVD com canções do repertório do sambista e escritor na voz de nomes como Paulinho da Viola, Elza Soares, Ney Matogrosso e da roqueira Pitty. Tudo é fruto do projeto "Sambabook".

"É um retirante favelado, do extrato mais baixo da sociedade. Escrevo a história de um pobre, brasileiro, do século 20. Que tem ascensão social única e exclusivamente pelo trabalho", descreve o autor do livro, o jornalista Hugo Sukman.

O autor faz referência à cidade de Duas Barras (interior do Rio de Janeiro, quase fronteira com Minas), onde o músico nasceu numa família de lavradores. E à comunidade carioca da Serra dos Pretos Forros, para onde ele se mudou aos quatro anos.

A publicação é dividida com base em boa parte dos 42 discos de Martinho. Além de atender ao projeto "Sambabook", a divisão combina com algo próprio do perfil dele.

Quem explica isso é Tunico Ferreira, um dos filhos do músico: "Se você quer ser amigo íntimo do meu pai, basta escutar seus discos, desde o primeiro até o último. Todos os problemas, alegrias, momentos marcantes estão nas músicas".

Diz a história que...

Além da sinceridade artística, Sukman aponta no livro a importância de Martinho da Vila no retorno da popularização do samba no Brasil. O autor refaz a linha do tempo e diz que nos anos 1930, o samba teve seu lugar, na chamada "Era de Ouro" da música brasileira. Mas nos anos 1950, o Brasil já era dominado pela Bossa Nova. E nos anos 1960, pela Jovem Guarda.

Nos anos 1970, o samba volta com a força da era martiniana, bem popular, que traz o samba com influências de partido alto para a mídia, segmento antes restrito a guetos. "É um líder informal dessa geração", diz o autor. Ele acrescenta que Paulinho da Viola, por outro lado, assumiu a vertente mais "sofisticada" do ziriguidum.

Kit de bamba

Este é o segundo nome do samba a ser lembrado no projeto, que tem como um dos idealizadores o cantor Diogo Nogueira. No ano passado, fazendo as honras para o sangue que traz nas veias, já no primeiro kit, o cantor homenageou o pai, João Nogueira (1941-2000).

"Em 2013, queremos lançar projetos com a obra do Paulinho da Viola, do Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Jorge Aragão, entre outros bambas", planejou Diogo Nogueira, em entrevista na ocasião do lançamento sobre o pai.

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