'Mergulho', de Rita Clemente, encena questões existenciais do contemporâneo

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
22/01/2018 às 17:52.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:53
 (Tiago Nunes/Divulgação)

(Tiago Nunes/Divulgação)

Traumas, memórias, medos e a própria existência na contemporaneidade são algumas das discussões trazidas pelo espetáculo “Mergulho”, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte (CCBB-BH), entre hoje e sábado.

Encenando a história de dois irmãos que se deparam com um buraco no meio da sala da casa onde cresceram, a peça coloca em cena diversas questões existenciais – discussões compartilhadas entre a direção e os atores do espetáculo. “Trazemos questões que são muito ligadas ao valor das coisas antigas e das novas, do que é atualidade e aos equívocos gerados por uma espécie de necessidade de ter uma comunicação o tempo todo com o mundo”, explica a diretora Rita Clemente, que assume também a dramaturgia e a concepção da peça.

Ela conta que objetivo do espetáculo é trazer uma discussão elaborada a partir de uma história simples. “Partimos dessa simplicidade para abrir a discussão de uma maneira mais arquetípica, os personagens têm funções muito amplas nisso”, sublinha.

Ela destaca que a peça coloca em questionamento os próprios valores acolhidos ou não pelos indivíduos, além do conflito entre o novo e o antigo. “Um dos irmãos, que saiu de casa, traz esse olhar de fora, que supostamente sabe mais do mundo do quem permaneceu na casa antiga”, diz.

O próprio caráter asséptico do homem contemporâneo também entra em questionamento através dos personagens. “De maneiras diferentes eles enfrentam essa questão do que é saúde e doença. Temos essa tendência de medicar tudo. Se estamos tristes, queremos um remédio. Não enfrentamos muito a vida em sua imperfeição. Essa questão é algo também muito presente na peça.

Estreia

Participante da programação do Verão Arte Contemporânea de 2018, o espetáculo marca também a estreia do NOVO Coletivo de Teatro, iniciativa idealizada pelos atores Bruno Figueroa e André Senna. “A ideia pra o coletivo surgiu em 2015, quando nos conhecemos. A gente queria construir esse espaço de compartilhamento de ideia, de encontro entre pessoas”, explica Figueroa.

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