"Meu 1º berço foi um case de guitarra", diz Rufus Wainwright

Folhapress
08/05/2013 às 14:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:30

BERLIM - O Rufus Wainwright que sobe ao palco do HSBC Brasil naqquinta-feira (9) em São Paulo é bem diferente daquele de 2008, data de sua última passagem no Brasil.

Nestes cinco anos de hiato de shows no país, um dos cantores mais interessantes a surgir na cena pop americana na década de 2000 passou por sentimentos extremos.

Lançou quatro discos de estúdio ("Milwaukee at Last!!!", "All Days Are Nights: Songs for Lulu", "House of Rufus" e "Out of the Game"), viu a mãe, a cantora folk Kate McGarrigle, morrer de câncer em 2010, aos 63 anos, teve uma filha em 2011 e casou, ano passado, com seu companheiro Jörn Weisbrodt.

"Quando minha mãe morreu, houve uma onda de tristeza, mas percebi como ela era admirada e respeitada quando comecei a receber os cumprimentos. Aquela energia toda recebida por minha família me mudou", diz o compositor em entrevista no último festival de Berlim, quando lançou o documentário "Sing Me the Songs that Say I Love You", que captura um show em homenagem a Kate com diversos convidados especiais.

A apresentação em São Paulo focar no último álbum de Wainwright, produzido por Mark Ronson, que mostra um artista menos melancólico e quase dançante.

Reflexo de um momento de sua vida. "Estou andando na rua de cima e deixando meus problemas na viela de baixo. Meu primeiro berço foi o case de guitarra do meu pai [o músico Loudon Wainwright III], mas agora quero ter tempo para minha filha", relata o cantor, que não descarta deixar de fazer turnês para dedicar-se à Vida, menina que teve com Lorca Cohen, filha de Leonard Cohen.

"Leonard é um sujeito interessante e uma influência pessoal e profissionalmente. Ele me dá conselhos, mas não saímos muito juntos. Ele é solitário e gosta mais de mulher", brinca o cantor, que costuma tocar "Hallelujah" nos shows.

Morando boa parte do tempo em Los Angeles, Rufus Wainwright está mais ensolarado e feliz. "Minha mãe era um saco em relação à minha sexualidade, mas no fim da vida aceitou meu parceiro e ficou feliz de saber que estávamos juntos. Isso foi importante para mim", revela.

O reflexo está em músicas como "Mountak", batizada em homenagem à cidade onde casou-se com Weisbrodt, em Nova York. "Nunca quis me casar antes, mas mudei de opinião quando conheci Jörn. Senti a necessidade de transformar a relação em algo oficial e ter estrutura para minha filha", confessa. "Ao mesmo tempo, foi uma atitude politizada, com a adoção do casamento gay em Nova York e o presidente Obama aceitando a união."

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