"Meu Malvado Favorito 2" confirma o que o original já apontava: o "enquadramento" de um personagem maléfico, ao constituir família e assumir responsabilidades. Principal razão do humor da "matriz", a transformação se completa na sequência que estreia desta sexta-feira (5) nos cinemas. Além das três fofinhas órfãs que adota, Gru precisa encontrar uma mãe e esposa.
E tudo se dá como numa comédia romântica. A pretendente é uma agente "do bem". Os dois serão obrigados a trabalhar juntos, inicialmente trocando farpas. O resto já é conhecido.
Há boas piadas, especialmente quando as mães das colegas das filhas de Gru o paqueram, estampando com muito humor negro as convenções do namoro. Mas, no fundo, o que filme quer dizer é que os homens precisam de um pouco de ação para fugir da vida maçante.
Como o pai de "Os Incríveis", que abandona a aposentadoria para voltar a ser um super-herói, seu amigo inventor e os ótimos minions não veem a hora de entrar em ação. Mesmo que o pai de Agnes, Edith e Margo não perceba imediatamente isso.
Essa mensagem também está em "Shrek Terceiro", no qual o ogro mostra enfado com o papel familiar. O que faz pensar se não seria uma justificativa machista presente no mundo da animação – elementos conservadores que remetem às animações de 50 anos atrás.
Os minions são responsáveis pelo contraponto à moral conservadora de necessidade de uma família completa, consertando suas "imperfeições". A comicidade deles é deliciosamente anárquica.
Também entra em cartaz, nesta sexta, "Truque de Mestre", com Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo e Morgan Freeman. Na trama, quatro ilusionistas roubam um banco e distribuem o dinheiro à plateia de seu espetáculo. Cabe a um agente do FBI desvendar a ação. Outros destaques são o impactante "A Bela Que Dorme", de Marco Bellocchio, e o espanhol "Branca de Neve".