Mike Portnoy e Noturnall falam sobre turnê brasileira, que começa em BH nesta sexta

Thiago Prata
29/10/2019 às 19:14.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:27
 (Portnoy/Divulgação)

(Portnoy/Divulgação)

Duas décadas atrás, mais precisamente em 26 de outubro de 1999, o Dream Theater paria seu quinto rebento, “Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory”, álbum reverenciado por crítica e público ao longo dos anos – atingiu o posto 73 da Billboard 200 Albums e o segundo lugar do Billboard Top Internet Albums, além de ter sido eleito o maior disco de rock progressivo de todos os tempos pelos leitores da Rolling Stone em 2012 –, e que se tornou disco de cabeceira de muito fã de metal e “manual obrigatório” a estudantes de bateria.

“Mike Portnoy é um dos caras que me fez querer ser músico. E eu queria muito tocar ao lado desse cara”, conta o vocalista e produtor Thiago Bianchi (Noturnall, ex-Shaman), sobre o fundador do Dream Theater e renomado dono das baquetas da banda norte-americana até 2010. O sonho do cantor começará a tomar forma em novembro, quando Portnoy se juntará ao Noturnall numa turnê brasileira, cuja primeira parada é no Mister Rock, em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (1).

A reportagem do Hoje em Dia conversou com Portnoy e Bianchi a respeito dessa turnê, que dará ênfase no trabalho do baterista nas Eras Dream Theater e Adrenaline Mob, outra banda de sua prolífica carreira, do DVD que resultará dessas datas, de projetos futuros e também da homenagem a Andre Matos (1971–2019), na qual contará com Edu Falaschi.Portnoy/Divulgação

Turnê

Portnoy é um workaholic no meio musical. Só neste ano soltou no mercado os álbuns “The Great Adventure” (The Neal Morse Band), Live With The Plovdiv Psychotic Symphony” (Sons of Apollo) e “Third Degree” (Flying Colors). E ainda encontrou tempo para a realização desse giro em solo tupiniquim, a convite de Bianchi e o Noturnall.

“Artistas como Portnoy são muito difíceis de se tirar de casa, se não for por meio de suas bandas. Queríamos fazer algo que fosse realmente especial, e ele topou. A coisa mais importante foi mostrar que aqui no Brasil tem muitas bandas legais e o quão importante é a união desses mundos”, resumiu o vocalista.

Será uma oportunidade para Portnoy reencontrar Mike Orlando, guitarrista do Noturnall e parceiro dos tempos de Adrenaline Mob, e “desbravar” algumas terras brasileiras. “Estou muito feliz, sou um sortudo nesse retorno ao Brasil. É um dos meus lugares favoritos em todo o mundo, um dos grandes públicos do planeta. Há uma paixão dos fãs, sempre sinto essa energia nos shows. Estarei visitando lugares no Brasil onde nunca estive anteriormente. Será uma grande experiência estar nesses lugares”, afirmou Portnoy.

O baterista destaca também a expectativa com relação ao repertório a ser executado. “Estaremos tocando material do Dream Theater, coisas inclusive que eu não toco há muito tempo, músicas que o Noturnall escolheu. Será muito divertido revisitá-las. O foco será no material do Dream Theater e do Adrenaline Mob”, disse.

Registro ao vivo

Depois de Belo Horizonte, a turnê passará por Brasília (2), Goiânia (3), São Paulo (7), Nova Friburgo (8), Limeira (9), Porto Alegre (10), Curitiba (14), Recife (15) e Criciúma (17). Os concertos serão filmados, visando à realização de um DVD, previsto para 2020.

“Os shows em São Paulo e Rio de Janeiro serão os principais do DVD. Estamos entrando com toneladas de equipamento, haverá pirotecnia, cenário pesado e diferente... Mas haverá imagens de outras cidades”, relatou Bianchi.

Um ponto interessante será a participação de várias bandas nacionais em cada cidade. Em Belo Horizonte, a abertura ficará por conta de Perfect Element, Vienna e VersOVer. “É importante mostrar a força do metal nacional e o que ele tem a oferecer”, ressalta o vocalista.Noturnall/Divulgação

Andre Matos

Nos shows da turnê, haverá uma homenagem especial a Andre Matos (Viper, Angra, Shaman), que faleceu no dia 8 de junho, devido a um infarto agudo do miocárdio. O curioso é que o tributo contará com Bianchi, substituto de Andre no Shaman, e Edu Falaschi, que preencheu a lacuna deixada por Matos no Angra.

“Várias vezes quis fazer um tributo com o Andre em vida. Quando ele veio a falecer, a primeira coisa que pensei foi em fazer algo que faça jus ao nome dele, algo nunca antes feito dentro do metal brasileiro. Será algo impressionante”, salienta Bianchi, que mantém o segredo a sete chaves.

Projetos futuros

Se o fim de ano de Portnoy e Bianchi está cheio, a agenda para o ano que vem não é diferente. O baterista terá muito trabalho à vista. “Continuarei produzindo material com as bandas que criei. Estaremos lançando em janeiro o novo disco de estúdio do Sons Apollo, que gravamos em boa parte deste ano”, sintetizou ele, sobre o sucessor do debute “Psychotic Symphony” (2017).

E não para por aí. “Também haverá um álbum de covers ao lado do guitarrista Bumblefoot (Sons of Apollo), que mostrará meu lado metal. E haverá o próximo do Transatlantic, que deve sair em 2020 também. É isso”, completou.

E o Noturnall, Bianchi? “Fizemos uma turnê com o Disturbed, uma das coisas mais impressionantes que vivenciei. Vamos soltar um DVD disso. A gente fez imagens no Rock in Rio também, que pretendemos lançar. E tem esse DVD com o Portnoy. Além disso, temos planos de uma turnê no Japão para o ano que vem”, revelou.

SERVIÇO:
Portnoy e Noturnall – Sexta-feira, às 21h, no Mister Rock (Av. Tereza Cristina, 295, Prado). Ingressos: De R$ 60 a R$ 120

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