Mineira se torna referência na cena editorial, com sua personagem Ana

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
22/09/2014 às 08:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:18
 (NOVO CONCEITO)

(NOVO CONCEITO)

Em junho último, a escritora mineira Marina Carvalho resolveu passar as férias em Campos do Jordão (SP). Como só acontece nos tempos atuais, postou uma foto no Facebook. O que a moça não esperava é que três fãs, ao conferir o clique, reconhecessem o lugar. E passassem um dia inteiro procurando a autora do sucesso “Simplesmente Ana” pelas ruas da cidade. Assim mesmo, a esmo, sem saber ao certo por onde ela andava.

“Quando me encontraram, disseram: ‘Achamos!’.evei um susto, porque não esperava por isso. Foi incrível”, diz a ponte-novense, formada em Jornalismo pela PUC Minas e que também pontifica como professora de língua portuguesa e literatura na Escola Nossa Senhora Auxiliadora, em sua terra natal, onde mora com marido, os dois filhos e Lilica, uma poodle de 14 anos que pensa ser um pitbull.

Marina Carvalho conta que sempre gostou de escrever. “Desde bem pequena, quando fazia isso por diversão e para explorar minha imaginação fértil. Eu lia as histórias dos autores de quem gostava e depois tentava inventar as minhas”. Todos os meses, também esperava ansiosamente pelas revistinhas da Turma da Mônica.

Com o tempo, descobriu que queria ser uma profissional que lida diretamente com as palavras, por isso acabou cursando Jornalismo. “Mas a paixão pela ficção nunca me abandonou e bateu forte assim que me tornei professora de língua portuguesa e literatura”, localiza.

“Simplesmente Ana” foi selecionado dentre centenas de aspirantes a novos autores que escrevem diariamente para o Grupo Editorial Novo Conceito. Foi no início de 2013 que a mineira de 34 anos, torcedora do Cruzeiro – mas que gosta mesmo é de vôlei –, realizou o sonho de ver o livro aterrissar nas prateleiras físicas e virtuais. Cumpre dizer que o título marcou a estreia do Novas Páginas, selo voltado exclusivamente para autores nacionais, sob o comando do editor Thiago Mlaker.

Para apresentar ao público seu primeiro livro, esteve no programa “Sem Censura”, com Leda Nagle, na TV Brasil, em maio do ano passado, e deu entrevistas para jornais, revistas e sites de todo o país. Também se tornou figurinha carimbada em feiras de livros Brasil afora.

Apostando no mercado digital, lançou o e-book “Ela É Uma Fera”, releitura de Shakespeare, vendido a preço simbólico. Resultado: o livro dominou as listas de mais vendidos da editora por várias semanas e esteve nas listas das principais lojas como um dos conteúdos mais baixados. O conto foi disponibilizado para download gratuito no Natal, com milhares de acessos em menos de uma semana. Marina é, hoje, a autora nacional que mais vende livros digitais pela Novo Conceito.

Em fevereiro, veio o terceiro livro, o romance “Azul da Cor do Mar”. Marina foi convidada a escrever semanalmente no blog da editora e os pedidos constantes para uma continuação de seu primeiro romance culminaram em “De Repente, Ana”, a continuação desse conto de fadas moderno, brasileiro.

‘Acho que as leitoras se identificam com Ana, com seu jeito natural’

E a que Marina credita o sucesso da sua Ana? “Penso que a história, por abordar o surgimento de uma princesa com características brasileiras, tão parecida com as meninas da vida real, seja o principal fator. As leitoras se identificam com a Ana, com seu jeito espontâneo e natural. Acho também que, pelo fato de eu lidar diretamente com os jovens, meu público principal, uso uma linguagem que os atrai”.

A escritora consegue fazer um recorte de seu principal público leitor – jovens a partir dos 13, 14 anos. Mas ressalta que é complicado limitar uma faixa, “porque recebo mensagens de pessoas de todas as idades, que se dizem fãs do meu trabalho”.

Tanto que lançar “De Repente, Ana” na recente Bienal do Livro, em São Paulo, foi um tour de force. Mas longe de ser motivo de reclamação. “Eu ando bem mais atarefada”, confirma, aos risos. “Meu trabalho como professora se fundiu com meus compromissos enquanto escritora e isso tem me feito ‘pular miudinho’”.

Mas o que mais mudou foi o fato de não ser tão anônima mais. “É estranho ser reconhecida na rua (e maravilhoso também) e ser procurada nas redes sociais por leitores de todos os cantos do país. É surreal até”, brinda a moça, que acaba de escrever um spin-off da série “Ana”, que deve ser lançado no ano que vem. “Estou concentrando minhas energias nesse novo livro por enquanto”, despista ela.

 

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