Mistérios e dilemas do garoto Aldebaran, estão no livro de Ricardo Viveiros

Hoje em Dia
29/09/2014 às 08:05.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:23
 (Gonzalo Cárcamo)

(Gonzalo Cárcamo)

Timidez, bullying e esoterismo, temas pouco usuais ao universo da literatura infantojuvenil, estão presentes em “O menino que lia nuvens”, de Ricardo Viveiros, ilustrado por Cárcamo.

O livro, editado pela Gaivota, conta a história de Aldebaran, um garoto introspectivo que vence o isolamento ao perceber que poderia ler o futuro. Desde muito pequeno, o menino chamava a atenção por seu jeito quieto e bem comportado. Diferentemente da maioria dos bebês, que sempre choram ou se reviram no berço, Aldebaran, quando estava acordado, apenas olhava firme para o teto do quarto. Ora franzia a testa como se estivesse intrigado, ora sorria como se estivesse na presença de uma pessoa invisível.

Até fantasma disseram que o menino via, mas o que lhe interessava, de verdade, eram os volumes, sombras, movimentos e cores que identificava para onde olhava – principalmente nas manchas, espumas, marcas e, mais tarde, também nas nuvens.

Já rapazinho, Aldebaran torna-se um excelente aluno, que, devido à sua introspecção, passa a ser discriminado por colegas da vizinhança, da escola e do clube que sua família frequenta. Sofria bullying pelo seu jeito diferente de ser.

E, nesse processo de se sentir cada vez mais solitário, ele também desperta para um dom especial. Ao observar atentamente as nuvens, como tanto gostava,
constata que, diferentemente da maioria das outras crianças, é capaz de ler as nuvens como quem lê um livro. E algumas coisas que ele lia no céu, acabavam
por acontecer.

O autor utiliza ideias que muitas vezes preferimos esconder dos pequenos, como solidão e perda, para mostrar que a construção da identidade é um rito marcado por descobertas – e que exige coragem.


















 

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