Rir pelo simples prazer de rir é bom para o maxilar – e para a alma. Mas quando esse humor vem acompanhado de uma pitada de reflexão, melhor ainda. É com espírito “debochado” e inteligente que a Companhia Os Melhores do Mundo, de Brasília, traz a Belo Horizonte a peça “Misticismo”, em cartaz neste sábado (20, às 21 horas, e domingo, com sessões às 18 e 21 horas, no Grande Teatro do Palácio das Artes.   Para o autor do texto, Jovane Nunes, o humor é capaz de tirar o “peso” dos ombros das pessoas, sufocadas pelas dificuldades da vida moderna. “Porque o humor é, na verdade, um remédio para a alma, assim como o alimento é para o corpo. Imagina uma vida em que se tem que trabalhar, criar filhos, lidar com centenas de cobranças no trabalho, no trânsito; é muito problema. Você precisa de uma válvula de escape, conseguir forças para enfrentar a vida. Então, a função social do humor é aliviar o peso das costas das pessoas”, ressalta Nunes.   Ele, no entanto, descarta qualquer tentativa de fazer um humor panfletário. E não é o caso de “Misticismo”. Mas abre, sim, espaço para reflexões.   “A gente não pode ter a pretensão de que o humor vai mudar o mundo. Mas, de qualquer forma, criar o debate é importante. Digo que em nosso trabalho a primeira preocupação é em divertir e depois vem a crítica social, mas, com o devido cuidado, para não virar um grupo panfletário; não somos a favor de ninguém, somos contra todo mundo”, filosofa, anarquicamente.   Sátira O espetáculo “Misticismo” satiriza todas as religiões, falsos profetas e gurus que infestam a sociedade. “O que a gente faz na peça não é para ofender a religião de ninguém, mas para brincar com esse tipo de malandragem, é mais uma crítica a esse tipo de aproveitador”, cutuca Jovane Nunes, cujo grupo tem público fiel no país e nas Alterosas. “O mineiro não é acanhado, é desconfiado. Quer ouvir primeiro, observa, e gosta muito do humor inteligente”, frisa o ator, de 44 anos, mais da metade dedicada ao grupo e aos palcos da vida.    “Misticismo” Sábado (20), às 21 horas, e domingo, com sessões às 18 e 21 horas Local: Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1.537, Centro) Plateia I – R$ 90 e R$ 45 (meia) Plateia II – R$ 80 e R$ 40 Plateia Superior – R$ 70 e R$ 35

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