Montagem de 'Carmen', de Bizet, traz uma série de inovações

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
17/06/2015 às 09:51.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:31
 (Divulgação)

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Poucas óperas são tão populares como a “Carmen”, de Georges Bizet. Este ano, aliás, a obra do compositor francês completa 140 anos de sua estreia – no “Opèra Comique”, de Paris. Para balizar a data, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) escolheu a história da cigana para dar início à sua temporada operística 2015.    A montagem em questão reserva uma série de singularidades, a começar da duração: duas horas (o original consome cerca de três). A explicação: os diretores optaram por um recorte dos trechos mais pungentes. “Claro, sem modificar a estrutura ou prejudicar o entendimento. As recentes produções de ópera têm mudado no curso do tempo. E é importante acompanhar essa evolução, até para a formação de público”, pontua Marcelo Ramos, diretor musical do espetáculo e maestro da Orquestra Sinfônica de MG.    Elenco   Para executar a peça, o Coral Lírico e o Coral Infantojuvenil se uniram à Sinfônica. “Cada um tem seu momento solo. Conseguimos isso preservando o espírito original da obra e sua lógica narrativa”, ressalta Ramos.   Ambientada na Espanha do século 19, “Carmen” traz a história de uma cigana que desperta a atenção do soldado Don José e do toureiro Escamillo, num triângulo amoroso de final trágico. O papel principal, na montagem da FCS, foi dado à mezzosoprano Luciana Bueno, escolhida por audições. Os demais integrantes – Fernando Portari (tenor), Rosana Lamosa (soprano), Licio Bruno (baixo-barítono) e Luiz Gomide (ator) – foram convidados pela direção. “Musicalmente falando, estamos com os quatro melhores cantores brasileiros no palco. Sem exageros”, assegura o diretor musical.   Jogo de opostos   A montagem, que entra em cartaz nesta quinta-feira (18), possui um narrador que conduz a história. “Resgatamos este personagem da novela ‘Carmen’, do francês Prosper Mérimée, publicada em 1845, e que inspirou Bizet. É uma forma de contar toda a história dessa mulher fatal”, justifica o diretor cênico e coreográfico da peça, Menelick de Carvalho. Uma curiosidade: a tradicional rosa, símbolo da ópera, foi substituída, aqui, pela flor de cássia. “Além de ser a flor original na novela que inspirou a ópera, se assemelha à personagem Carmen, pois só floresce se for ferida”, revela Menelick.    O cenário conta com quilos de areia. “A ópera é um jogo de opostos, por isso montamos uma arena com esse elemento que pode ter diferentes significações”, diz ele.    “Carmen” – Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537). Dias 18, 20, 21, 27 e 28/6. Domingo, às 19h, e demais dias, 20h30. Ingressos: R$50 e R$ 25 (meia) A Cia de Dança Sesiminas integra o elenco da montagem, que cumpre cinco récitas  

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